Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Aquino, Alexandre Ortolani de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-09062017-130848/
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Resumo: |
O objetivo geral da pesquisa consiste em analisar a vinculação do Conselho Nacional de Geografia (CNG) e do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (DG-USP) às demandas do Estado brasileiro e a emergência de um discurso geográfico eminentemente científico, entre o momento de criação dessas instituições, a partir de 1934, e a realização do XVIII Congresso Internacional de Geografia, em 1956, marcos que delimitam um importante período de consolidação do pensamento geográfico brasileiro. Para tanto, além da análise do contexto histórico brasileiro no seio do qual floresceram as principais instituições geográficas modernas, analisa-se a Revista Brasileira de Geografia, principal veículo divulgador da Geografia praticada no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sediado no Rio de Janeiro, em especial materiais publicados nas subáreas de Cartografia, Geografia Política e Geografia Econômica, selecionados após análise do conjunto do periódico. Representativas do pensamento desenvolvido em São Paulo, analisam-se também seis das primeiras oito teses defendidas junto ao DG-USP e, por fim, estabelece-se uma comparação quanto à natureza do saber produzido entre os centros paulista e carioca de pesquisa em Geografia, a relação estabelecida entre eles e os elementos políticos aos quais se vinculou o pensamento geográfico em diferentes ambientes de produção de conhecimento. Para o desenvolvimento desta pesquisa, parte-se da premissa, consolidada na história do pensamento geográfico, de que o desenvolvimento da ciência geográfica não é eventual ou fortuito, mas está atrelado à consolidação do Estado em sua fase territorial, quando os limites nacionais tendem a se confundir com limites territoriais específicos. O CNG representaria a lógica estatal sobre o território nacional e a este se associaria diretamente o projeto político-cultural das recémcriadas instituições de ensino superior a Universidade do Distrito Federal e, pouco depois, a Universidade do Brasil. Já o DG-USP se vincularia a um projeto nacional diverso, ligado a interesses regionais da elite econômica paulista e, por isso mesmo, manter-se-ia relativamente desassociado dos interesses políticos do Governo Federal. Da ambiguidade entre o pragmatismo da prática e o academicismo na apresentação dos resultados, o serviço tomado para si pela comunidade geográfica justificou a utilidade do saber praticado e criou condições concretas para sua reprodução. O contexto de reprodução do conhecimento geográfico indica que a relevância institucional e social deste saber advinha da possibilidade de contribuir com o avanço das forças produtivas em território nacional, não apenas junto ao IBGE, mas também junto às Universidades, o que justifica o engajamento político dos geógrafos junto ao Estado. Desta contribuição complacente com o Estado, a Geografia atrelou seu destino às demandas dos grandes círculos de poder e ocasionou uma dissonância entre pensamento e leitura geográfica de mundo, quando a descrição sintética da paisagem deixou de ser suficiente para as necessidades de intervenção sobre a realidade. A pesquisa, assim, além de resgatar fundamentos da forma e do conteúdo que dão sentido à maneira geográfica de ler o mundo, recupera elementos básicos do pensamento geográfico tradicional necessários para a adequada compreensão da crítica subsequente a ele direcionado. |