Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Trevisan, Ana Carolina |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-28012022-120241/
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Resumo: |
O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença autoimune que pode envolver o sistema nervoso central e periférico, caracterizando a forma neuropsiquiátrica da doença (LESNP). Pacientes com LESNP podem apresentar alterações perfusionais à tomografia computadorizada por emissão de fóton único (SPECT) cerebral, restando saber sua contribuição diagnóstica comparativamente à Ressonância Magnética, técnica de neuroimagem de escolha nas doenças neurológicas. A RM tem sido útil principalmente na avaliação da atrofia cerebral e lesões glióticas, enquanto o SPECT detecta alterações mais sutis na microvasculatura cerebral. Com o objetivo de aumentar a acurácia diagnóstica do SPECT cerebral na avaliação de pacientes com LESNP, o presente estudo avaliou (a) os achados qualitativos do SPECT e RM cerebral, (b) os achados quantitativos através do software Statistical Parametric Mapping (SPM), (c) e a evolução temporal das alterações perfusionais entre as avaliações pré e pós tratamento, através do software Subtraction Ictal Spect Co-registered to MRI (SISCOM). Foram analisados retrospectivamente 60 pacientes com LESNP. Além dos dados clínicos e laboratoriais, realizamos o SPM nos SPECTs pré tratamento e a subtração entre os SPECTs pós e pré tratamento e fusão com a RM. O SPM foi realizado na plataforma MATLAB©, e o SISCOM no software ANALYZE© 10.0. Somente 26 pacientes realizaram ambos os SPECTs pré e pós tratamento, permitindo a análise do SISCOM. Os resultados mostraram que a idade média dos pacientes (52 femininos, 8 masculinos) foi de 41,78 anos. Seis pacientes evoluíram para óbito e 4 apresentaram abortos prévios. A maioria eram brancos (68,30%) e a média de idade no início do LESNP foi de 33,13 anos. Os pacientes submeteram-se em média a 10,33 sessões de pulsoterapia. A média de pontuação para o índice SLICC/ACR-DI foi de 5,83 e, para o SLEDAI, de 37,63. A análise qualitativa dos SPECTs pré e pós tratamento revelaram áreas de hiper e hipoperfusão associadas a manifestações psiquiátricas e neurológicas . Na análise quantitativa, o SPM identificou áreas cerebrais significativamente acometidas pelo LESNP. A análise qualitativa concordou com o SPM em 56,67% das áreas de hiperperfusão e 53,33% das de hipoperfusão. O SPM modificou o laudo final qualitativo em 25 (41,67%) pacientes. Dos 26 pacientes submetidos ao SISCOM, 19 apresentaram sintomas psquiátricos e 7 apresentaram sintomas neurológicos. No SISCOM, 15 (57,69%) pacientes apresentaram melhora, 12 (46,15%) ativação, 8 (30,77%) desativação e 6 (23,07%) piora perfusional no seguimento. O sexo foi preditivo da ativação e da piora perfusional, a raça-não branca foi preditiva da piora perfusional e o resultado normal para o complemento 3 foi preditivo da melhora perfusional no SISCOM. Nós encontramos associação entre o SLEDAI e a quantidade de pulsoterapias, e entre a idade e o dano da doença ao SLICC. A análise qualitativa mostrou superioridade diagnóstica do SPECT cerebral sobre a RM, ao evidenciar áreas de hiperperfusão e hipoperfusão no parênquima cerebral associadas aos sintomas do LESNP. Nós concluímos que o SPM auxiliou nos laudos visuais no NPSLE, o SISCOM revelou a dinâmica fisiopatológica do envolvimento cerebral após as pulsoterapias, que o SISCOM foi associado com as pontuações no SLEDAI e SLICC, que o gênero, raça e complemento C3 foram associados à melhora ou piora perfusional no NPSLE após o tratamento. |