Laser de baixa potência na prevenção de mucosite em pacientes submetidos à quimioterapia com fluorouracil e ácido folínico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Gambirazi, Liane Marmo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23139/tde-11042008-163900/
Resumo: A mucosite oral constitui efeito colateral dose-limitante da quimioterapia, relativamente freqüente, desconfortável e potencialmente letal. O controle terapêutico é sintomático e ainda inexiste procedimento estabelecido para prevenir a sua manifestação. O objetivo deste estudo foi verificar a eficácia do laser de baixa potência na prevenção da mucosite oral e as influências de variáveis demográficas (idade e sexo), subjetivas (xerostomia e paladar) e objetivas (história médica), em pacientes portadores de adenocarcinoma de cólon, submetidos à quimioterapia com fluorouracil (5-FU) e ácido folínico (Leucovorin®). Quarenta e oito pacientes foram incluídos no estudo. 18 homens e 30 mulheres, na faixa etária dos 37 aos 78 anos com média de idade de 62,5 anos. Os pacientes foram endereçados, seqüencial e alternadamente, para dois grupos. Vinte e cinco pacientes compuseram o grupo submetido à aplicação preventiva de laser (grupo LP) e 23 pacientes receberam aplicação placebo (grupo C). A aplicação do laser, preventivo ou placebo, foi realizada na semana de infusão da quimioterapia, uma única vez, e os pacientes foram reavaliados após sete dias. O laser utilizado foi o AlGaInP, 660nm, fluência de 3J/cm2. Os graus de mucosite foram mensurados pela escala WHO, e a xerostomia e a dor por escala visual analógica (VAS). Os pacientes que desenvolveram mucosite receberam aplicação terapêutica de laser, independentemente a que grupo pertencesse. Vinte e um pacientes cumpriram os seis ciclos programados de quimioterapia (10 C e 11 LP), e 27 pacientes completaram apenas parte do protocolo (13 C e 14 LP). Houve ocorrência similar de mucosite oral entre os grupos, cuja freqüência variou em torno de 50% em cada ciclo, com a seguinte distribuição média: 22% de mucosite grau 1, 18% de grau 2, 10% de grau 3 e nenhum grau 4. Foram registrados 95 episódios de mucosite nos 188 ciclos de quimioterapia dos 48 pacientes incluídos no estudo. Nos 126 ciclos dos 21 pacientes que cumpriram todo o protocolo ocorreram 63 episódios de mucosite. A análise estatística não mostrou diferença significativa quanto à ocorrência de mucosite entre os grupos. Os pacientes do sexo feminino, pacientes acima de 60 anos de idade e a queixa de xerostomia prévia à quimioterapia, embora tenham mostrado tendência a diferença em alguns ciclos, não mantiveram essa característica na análise integral dos resultados. Pacientes com queixa de alteração de paladar prévio à quimioterapia e história de diabetes mellitus e gastrite manifestaram quadros mais graves de mucosite que a média geral da população estudada. O efeito benéfico do laser terapêutico foi altamente significante para os pacientes que desenvolveram mucosite oral. Concluiu-se que uma única aplicação de laser de baixa potência não foi efetiva para prevenir a mucosite oral na população estudada. Pacientes portadores de diabetes, gastrite, queixa de alteração de paladar e aqueles que manifestam graus mais severos de mucosite nos ciclos iniciais da quimioterapia merecem maior atenção no seguimento em função do pior prognóstico demonstrado neste estudo.