A revolução do lugar: contextos da guerra da informação na megalópole

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Araujo, Markelly Fonseca de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-13052020-130401/
Resumo: Esta tese se propõe a estudar a evolução do lugar no limiar do Período Popular da história. O lugar é assumido como um conceito e uma categoria de análise da Geografia, entendido como o espaço do acontecer solidário e dimensão espacial na qual se vivencia o cotidiano. Por se constituir apenas no presente o lugar é fugaz, efêmero, dinâmico, e pode ser considerado a alteridade do espaço geográfico. Assim, para compreender o presente é preciso acompanhar a dinâmica dos lugares. O lugar tem um conteúdo ou um sentido ético, consciente, com repertório e anárquico. A tese aqui defendida discorre sobre o lugar como a dimensão da política: porque lugar é ação. A constituição de lugares como resistência às desigualdades socioespaciais revela que tanto se constituíram como manifestações de rua, protestos, moradores de rua, ou na própria vivência em localidades como as favelas de São Paulo. Do processo limiar do Período Popular da história surge a constituição de lugares como resistência orgânica às desigualdades socioespaciais, por exemplo, os lugares constituídos pelo grupo Posse Poder e Revolução, situado na Zona Sul da megalópole paulista. Atualmente, o mundo vivencia um contexto de guerra da informação, que na conjuntura brasileira, veio se acentuar nas manifestações de junho de 2013, levando ao golpe midiático-jurídico-institucional de 2016 e se refletindo nas eleições de 2018. O celular multifuncional é o objeto que empiriciza a difusão do meio técnico-científico-informacional, ampliando sua propagação: porque tornou-se uma prótese dos corpos humanos. A partir da redutibilidade entre a psicoesfera e tecnoesfera, e por meio delas as mídias sociais exercem um papel determinante e trazem o futuro como âncora. Mas há o risco da constituição dos lugares autômatos, pois ainda que o uso das mídias sociais seja um dado do presente com vistas à construção de um futuro, a política é vivida e praticada apenas através dos lugares. Os lugares virtuais, constituídos pelo uso das plataformas digitais se dão pela informação, por copresença e coexistência. Então, a política é exercida (firmada) tanto pela presença e praticada pelos lugares, uma vez que a política é corpo a corpo, é contato, mas também pela constituição dos lugares virtuais. Pois, os lugares são as ações que se constituem entre os sujeitos e objetos, presencial e virtualmente, na vivência do cotidiano, vividos e exercidos no presente, experimentados.