Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Demichelli, Maurício |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-20022019-114749/
|
Resumo: |
Este trabalho tem como objetivo estudar o discurso político americano do período inicial da guerra na Síria, visto pela perspectiva do jornal The New York Times. A partir de uma abordagem discursiva baseada principalmente em Foucault (1971), procuramos compreender de que forma a narração da guerra no jornal é constituída por valores culturais americanos que se transformam em uma episteme de compreensão do mundo, dos homens e da realidade. Propomos um olhar para o corpus de análise que permita observar, primeiramente, como o sujeito que tem o direito à fala vai se constituindo e construindo seus objetos: a guerra e o inimigo. Em um segundo momento, baseado nas teorias sobre Império desenvolvidas por Hardt e Negri (2001) e nos estudos de Said (1993, 1999) sobre Orientalismo, observamos como o discurso sobre a guerra da Síria se constitui com base em um projeto ideológico expansionista americano, que se desenvolveu desde a constituição e consolidação da nação e que se encontra para além das fronteiras geográficas. Por fim, concentramos nossa análise no papel da mídia como produtora de um material simbólico, que, ao dar inteligibilidade à guerra, entra em consonância com o espírito americano, fortalecendo-o. Ao transitar entre dois mundos culturais diferentes, o americano e o sírio, a mídia estabelece dois lugares: o do eu e o do outro. Conflitos emergem desse contraste, ora em uma relação de subjugação do outro, colocando-o em posição de inferioridade, ora em uma espécie de ameaça à imagem americana. Concluímos que, ao observar a guerra por uma perspectiva americana, o jornal The New York Times, por refletir um projeto hegemônico em plena expansão, transforma-se, em certa medida, em um agente dessa ação. Acreditamos que reconhecer as estruturas discursivas constituintes desse discurso é posicionar-se criticamente com relação ao que é produzido pela mídia. |