Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Lins, Flávia Ranoya Seixas |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-15092009-131043/
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Resumo: |
A partir da constatação da forte incidência da psicologização da educação em uma rede municipal de ensino, buscamos compreender como a psicanálise participava desse processo. Partimos da observação de que, uma vez apropriada pela educação, a psicanálise tornava-se um conhecimento psicológico com finalidades adaptativas e normativas e, portanto, mais uma teoria a serviço da psicologização da educação. Nesse contexto, procuramos identificar os caminhos e motivações pelos quais se operou no Brasil e especificamente em São Paulo essa psicologização, bem como os mecanismos de perpetuação desse processo na atualidade. A discussão da psicologização da psicanálise na educação torna-se, assim, o objetivo deste estudo. Iniciamos nossa investigação com um levantamento bibliográfico que nos permitiu estabelecer um panorama histórico das relações entre psicanálise e educação no Brasil. Destaca-se, nesse percurso, que a psicanálise esteve atrelada à educação desde o início de sua difusão, sendo incorporada ao discurso médico higienista da época, tornando-se um dos principais fundamentos teóricos do movimento escolanovista brasileiro e solidificando-se como prática voltada ao campo educacional com a implantação das Clínicas de Higiene Mental Escolar em São Paulo. Esse panorama permite concluir que a psicanálise serviu aos pressupostos da terapêutica médica preventivista e sofreu as influências das correntes psicológicas emergentes (as teorias do comportamento e as psicometrias). A partir da década de 80, constituiu-se em São Paulo um campo de pesquisa em Psicanálise e Educação, que deu lugar a reflexões sobre a aplicação da psicanálise na educação, bem como a críticas ao discurso pedagógico moderno, que possibilitaram o avanço das discussões nesse campo, mas não impediram a continuidade desse processo. Buscando investigar como se opera a transmissão da psicanálise no campo educacional, entrevistamos, em São Paulo, psicanalistas que ministram cursos voltados a educadores e psicanalistas que trabalham como orientadores escolares. Interessava-nos, sobretudo, identificar possíveis relações entre o processo de transmissão e o fenômeno da psicologização da psicanálise na atualidade. Nossa pesquisa de campo parece indicar que a psicanálise é transmitida na educação com maior ênfase na vertente terapêutica, aparecendo de forma pouco vinculada aos processos sociais, culturais e políticos. Concluímos nosso trabalho, procurando apontar as razões da produção e manutenção da psicologização da psicanálise na educação. Identificamos as raízes desse processo no modo como originariamente se estabeleceu a relação entre psicanálise e educação no Brasil, considerando-se, nesse quadro, a crise na educação segundo Hannah Arendt. Indicamos também que o ensino da teoria psicanalítica para educadores parece contribuir para a manutenção desse processo na atualidade. |