Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Helcius Batista |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-08122005-210454/
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Resumo: |
O presente trabalho pretende contribuir para a discussão acerca das mudanças por que passa o sistema demonstrativo do Português Brasileiro, comparando-o ao Português Europeu. Concentramos nossa atenção sobre a oposição entre "este" e "esse". Para tanto não nos limitamos à oralidade, mas procuramos estudar as ocorrências desses demonstrativos em corpora diferentes, que representassem três tipos discursivos distintos: a escrita ficcional, a escrita jornalística e a oralidade. O tratamento dado a cada corpus respeitou a divisão proposta por Halliday e Hasan (1997) que separa as referências endofórica e as exofórica. A pesquisa selecionou dos níveis sintático, semântico e discursivo as variáveis que impactassem na distribuição de "este" e "esse". O resultado mostrou que os brasileiros só fazem uso significativo de "este" nos gêneros marcados pela revisão gramatical. Os portugueses, no entanto, mantêm o sistema ternário, ainda ancorado na questão espacial / no campo de interlocução, tanto na fala como na escrita. Nos tipos de textos em que a norma dos manuais se impõe, os dois sistemas encontram espaço para optar livremente cada qual por uma forma: o português opta por "este", enquanto o brasileiro, por "esse". A presente pesquisa contestou a interpretação de Marine (2004) que via na oralidade brasileira um caso de especialização de formas em função do tipo de referência. Os nossos dados mostraram que na fala do brasileiro a forma "este" é apenas residual e está em vias de substituição por "esse". O binarismo brasileiro não tem mesma configuração daquele vigente no Inglês. Os resultados mostraram que não há uma inteira adesão entre a forma "esse" e "this", e o demonstrativo brasileiro aparece em contextos de uso onde no Inglês apenas "that" seria possível. Outra conclusão importante de nossa pesquisa foi a de sugerir uma relação entre a hierarquia referencial e a escolha do demonstrativo. Na maior parte dos corpora, nós encontramos uma associação entre o aumento do uso percentual de "este" e a referência a elementos marcados por uma maior carga de referencialidade. |