Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Brasil, Clarisse Kaoru Ogawa Indio do |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98131/tde-16092013-083356/
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Resumo: |
Introdução: apesar das recomendações de todas as diretrizes sobre a doença arterial coronária e das evidências científicas de que o tratamento medicamentoso otimizado acrescido de intervenção sobre os fatores de risco e a melhoria do estilo de vida reduzem eventos cardiovasculares fatais não-fatais, essa terapêutica de prevenção secundária continua a ser subutilizada na prática clínica. Objetivos: Primário: demonstrar que a utilização de um programa de otimização da prática clínica em pacientes com doença arterial coronária estável aumenta a prescrição de medicamentos comprovadamente eficazes na prevenção secundária desta doença. Secundários: a) documentar a prática clínica vigente em termos de terapia medicamentosa e de medidas para a mudança do estilo de vida b) identificar as ferramentas utilizadas na estratégia para a otimização da prática clínica quanto à eficácia e aderência à medicação prescrita. Métodos: trata-se de um estudo de corte transversal para documentar a prática clínica vigente, seguido de componente longitudinal em que a utilização das ferramentas para a otimização da prática clínica foi avaliada por meio de novo corte transversal, com nova coleta de dados. Foram identificados retrospectivamente através dos prontuários, 710 pacientes consecutivos portadores de doença arterial coronária (Fase 1). Após a aplicação das ferramentas, foram incluídos 705 pacientes consecutivos atendidos no serviço com a coleta dos mesmos dados, para a análise comparativa. Além disso, foram selecionados do primeiro grupo, de forma aleatória, 318 prontuários de seis a doze meses após a primeira avaliação, para a coleta dos mesmos dados, que foram comparados com as informações iniciais destes mesmos pacientes. (Fase 3). Resultados: comparação entre Fase 1 e Fase 2: as características demográficas eram comparáveis entre os dois grupos. Quanto aos fatores de risco, houve melhora com diferença significativa para o tabagismo (p=0,019), dislipidemia (p<0,001) hipertensão arterial e atividade física regular (p<0,001). Quanto aos exames laboratoriais, não houve diferença estatisticamente significativa entre as duas populações. Comparando a prescrição dos fármacos recomendados, houve diferença significativa para IECA (67,2% versus 56,8%, p<0,001); ARA II (25,4% versus 32,9%, p=0,002) e betabloqueador (88,7% versus 91,9%, p=0,047). Comparação entre Fase 1 e Fase 3: os dados demográficos foram semelhantes, assim como as características clínicas, com exceção da doença arterial periférica obstrutiva: 31 pacientes (9,7%) e 42 (13,3%), p=0,007. Em relação aos fatores de risco, consideramos apenas os modificáveis tabagismo e atividade física. Para o tabagismo, considerando três categorias (nunca, ex-fumante e atual), não houve diferença significativa entre as duas fases. Para a atividade física, a proporção de pacientes sem informação para esta variável era elevada, 83,9% na primeira fase e 72,8% na terceira fase, dificultando a análise estatística. Quanto às medidas de exame físico, houve redução significativa do peso, p=0,044, pressão arterial sistólica e diastólica, p<0,001. Os exames laboratoriais não mostraram diferenças significativas entre as duas fases. Em relação à prescrição de medicamentos recomendados, houve diferença para IECA (64,8% versus 61,6%, p=0,011) e ARA II (27,0% versus 31,3%, p=0,035). Conclusão: com base nos resultados obtidos, o presente estudo permite concluir: não houve mudança significativa na utilização de medicamentos comprovadamente eficazes na prevenção secundária da DAC entre o período pré- e pós-intervenção; houve melhora significativa em relação ao tabagismo e atividade física na Fase 2; melhora substancial nos níveis de pressão arterial, tanto sistólica como diastólica na comparação tanto entre a Fase 1 e 2 como entre a Fase 1 e 3; a inclusão de enfermeiro treinado para gerenciar o processo é fundamental para a eficácia do programa; programas abrangentes de melhoria de qualidade assistencial em hospitais terciários e acadêmicos, provavelmente devem ser continuados por período de seguimento superior a um ano. |