Associação do envelhecimento vascular precoce com a presença e gravidade da doença arterial coronariana pelo escore de Gensini em pacientes submetidos à angiografia coronária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Mendes, Nadja Sotero Natividade
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-29102021-120726/
Resumo: Introdução: Modificações estruturais e funcionais arteriais que ocorrem em diferentes patologias, antes do aumento da idade, são reconhecidas como envelhecimento vascular precoce e são consideradas precursoras de aterosclerose. Métodos não invasivos têm detectado estas modificações em seus estágios iniciais em várias condições clínicas, e alguns marcadores, como a velocidade de onda de pulso aórtica, a espessura íntima-medial da carótida e os índices da pletismografia digital estão relacionados com aterosclerose e eventos cardiovasculares. Entretanto, não há estudos comparativos desses marcadores na associação com doença arterial coronariana (DAC) ou, se alterações concomitantes a eles poderiam indicar a presença de coronariopatia com maior precisão. O objetivo primário deste estudo foi identificar parâmetros estruturais e funcionais arteriais, marcadores de envelhecimento vascular precoce, obtidos por três metodologias não invasivas, correlacionados com a presença e a gravidade da DAC pelo escore de Gensini em pacientes submetidos prospectivamente à angiografia coronária. Os objetivos secundários foram comparar alterações destes parâmetros conforme a presença ou não de doença coronária significativa por estimativa visual -estenose70% em pelo menos uma artéria coronária principal-, e avaliar um índice de envelhecimento vascular precoce previamente descrito conforme a presença e a gravidade de DAC pelo escore de Gensini e estimativa visual. Métodos: Foram analisados retrospectivamente os resultados de banco de dados de projeto realizado para avaliação das propriedades arteriais em pacientes com suspeita de coronariopatia submetidos a angiografia coronária. Os parâmetros arteriais obtidos foram a velocidade de onda de pulso aórtica pelo método Complior®, a espessura íntima-medial, o diâmetro interno e a distensibilidade de artéria carótida por ultrassom com radiofrequência (Wall Track System®) e índices da análise da segunda derivada da pletismografia digital. O índice de envelhecimento foi calculado por fórmula que incluiu medidas da velocidade de onda de pulso e da espessura íntima-medial carotídea. As imagens das angiografias coronárias foram recuperadas para análise do Escore de Gensini por especialista em hemodinâmica, e a presença de DAC foi considerada quando o escore 1 , constituindo o grupo DAC. Indivíduos com escore de Gensini igual a zero constituiu grupo não DAC . Para a comparação estatística das variáveis arteriais do grupo DAC com o grupo não DAC foram utilizados teste t-student para variáveis paramétricas e o teste de Mann-Whitney para não paramétricas, e a análise de regressão logística para identificar os parâmetros independentes relacionados presença de doença coronária. Resultados: Foram avaliados dados de 84 pacientes, com idade média de 58,4±8 anos, sendo 50% homens, 83% hipertensos, 37% diabéticos e 40% tabagistas. Em 69 pacientes, foi possível a definição do escore de Gensini, e a presença de DAC foi observada em 44 pacientes (grupo DAC), no qual houve predomínio de homens sobre o grupo não DAC (59% vs. 28%, p < 0.05), sem diferenças significativa nos demais parâmetros clínicos. Em relação aos parâmetros arteriais, a única diferença significativa foi observada com o diâmetro interno de carótida, significativamente maior no grupo DAC que no grupo não DAC (7758.2 vs. 7009.0 µm , p < 0.05). Na análise multivariada, a chance de apresentar DAC pelo escore de Gensini aumenta em 6,7% a cada aumento de 100 µm do diâmetro interno da carótida independente do sexo e de outros fatores de risco. Observou-se correlação significativa entre o diâmetro da carótida e o escore de Gensini (r=0.289, p=0.02). Houve uma tendência ao índice de envelhecimento vascular precoce ser maior no grupo DAC, mas sem atingir significância estatística (62.7 vs. 59.1, p=0.06). Considerando-se a gravidade de DAC por estimativa visual, entre os parâmetros arteriais, apenas o diâmetro interno de carótida foi significativamente maior nos pacientes com estenose significativa. Conclusão: Entre os parâmetros arteriais marcadores de envelhecimento vascular precoce avaliado por três métodos diferentes, apenas o diâmetro interno da carótida foi significativamente associado a presença e gravidade de DAC pelo Escore de Gensini e pela estimativa visual