Estudo sobre a associação entre inflamação e desfechos clínicos nos primeiros dois anos após intervenção coronária percutânea eletiva com implante de stent em pacientes com doença arterial coronária estável

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Mattos, Fernando Ramos de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-20102023-125706/
Resumo: INTRODUÇÃO: A aterosclerose, principal substrato para a doença arterial coronária (DAC), possui íntima relação com o processo inflamatório, e este processo tem recebido foco na literatura desde sua correlação com a doença coronária. Tanto as células inflamatórias, quanto as proteínas inflamatórias e as variáveis da resposta em si têm papel importante na patogênese da aterosclerose em seus vários estágios de evolução, bem como na formação da placa, na sua ruptura ou nas complicações pós-intervenção coronária percutânea (ICP) com implante de stent. Por outro lado, o procedimento de implante de stent coronário também pode induzir o aparecimento de uma resposta inflamatória vascular na qual a reestenose é uma das manifestações finais. Para compreender melhor estes riscos muitos marcadores inflamatórios, como a proteína C-reativa (PCR), foram estudados com o objetivo de avaliar sua relação com o risco cardiovascular, mas novos marcadores têm se mostrado de grande interesse, podendo citar entre eles a relação neutrófilo/linfócito (RNL), relação plaqueta/linfócito (RPL) e volume plaquetário médio (VPM). Este estudo se propôs a avaliar a relação destes marcadores e o risco de eventos cardiovasculares nos primeiros dois anos após ICP eletiva com implante de stent. MÉTODOS: Para nosso protocolo utilizamos banco de dados de pacientes que possuíam a indicação de intervenção coronária percutânea (ICP) eletiva em um centro de cardiologia intervencionista. Os pacientes foram submetidos de forma rotineira à coleta de hemograma e marcadores inflamatórios pré e pós procedimento e foram seguidos por avaliação telefônica para ocorrência de eventos cardiovasculares ou complicações (óbito cardíaco, infarto, necessidade de nova revascularização, trombose de stent). Desta base de dados obtivemos as relações de interesse e marcadores inflamatórios, além da taxa de eventos nos dois primeiros anos. RESULTADOS: Foram identificados 1840 pacientes submetidos a procedimento eletivo com dados completos de seguimento em 2 anos, dentre os quais foram avaliados aqueles que possuíam dados dos marcadores de interesse. O VPM, PCR, e a RPL não mostraram diferença estatística quanto à incidência de eventos seja em suas dosagens pré com pós procedimento. Sobre a RNL sua dosagem pós procedimento não exibiu relação com eventos, mas a relação pré procedimento foi maior de modo significativo nos indivíduos que apresentaram eventos em comparação aos livres destes (eventos: 2,47, sem eventos: 2,33 p=0,035). CONCLUSÃO: Em pacientes portadores de DAC estável submetidos à ICP eletiva, níveis pré procedimento menores de linfócitos e maiores de RNL se relacionaram à ocorrência de eventos cardiovasculares em 2 anos