Evolução funcional do paciente crítico com COVID-19 na UTI e o impacto da mobilização precoce

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Uhlig, Suélen Elaine
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
ICU
UTI
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5170/tde-29082023-142630/
Resumo: Introdução: Os indivíduos que desenvolveram o espectro mais grave da doença de Coronavírus 2019 (COVID-19) requereram internação em unidade de terapia intensiva (UTI) e pela gravidade foram submetidos a um estado de inatividade forçada, mediante o uso de ventilação mecânica protetora, sedação e uso de bloqueadores neuromusculares. Estes estão sujeitos a um alto risco de desenvolver fraqueza muscular adquirida na UTI e cursar com piores desfechos clínicos. No início da pandemia da COVID-19, havia poucos dados sobre as condições clínicas/funcionais durante a internação ou após a alta hospitalar. Pouco se sabia sobre as repercussões da COVID-19 e como fazer a mobilização precoce na UTI. Objetivo: Identificar o tempo para o início da mobilização fora do leito e os níveis de mobilidade (sentar na beira do leito, sentar em uma cadeira, levantar e deambular) alcançados por pacientes críticos com COVID-19 durante a hospitalização e os fatores que podem impactar a mobilização precoce. Métodos: Este foi um estudo observacional retrospectivo de pacientes com COVID-19 na UTI. Dados amostrais, desfechos clínicos e níveis de mobilidade foram coletados por meio dos prontuários. Análise descritiva, correlação e regressão linear multivariada foram realizadas para inferir os fatores mais importantes, e uma curva de Kaplan-Meier foi feita para estimar a mobilização ao longo do tempo. Resultados: 157 pacientes sobreviventes com COVID-19 foram incluídos no estudo (idade_ mediana: 61 anos; tempo (mediana) de internação na UTI: 12 dias). O tempo (mediana) para iniciar a mobilização fora do leito na UTI foi de 6 dias; entre os pacientes que receberam ventilação mecânica (VM) em relação aos que não receberam, esse tempo foi de 8 vs. 2,5 dias (p < 0,001). A maioria dos pacientes que utilizaram VM foi mobilizada após a extubação (79,6%). Durante as internações na UTI, 88,0% de todos os pacientes foram mobilizados para fora do leito e 41,0% foram capazes de deambular com assistência ou de forma independente. O tempo para iniciar a mobilização fora do leito está associado ao tempo de sedação e ao tempo de VM. Conclusão: Apesar do cenário pandêmico com pacientes críticos e sobrecarga dos serviços de saúde, os pacientes do estudo realizaram mobilização precoce para fora do leito, sendo que a maioria obteve maior mobilidade na UTI e na alta hospitalar. O tempo de sedação e ventilação mecânica foi associado ao atraso na inicialização da mobilização