Escrevivência e Subjetividade: um estudo a partir da escuta de professoras negras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Andrade, Débora Medeiros de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8161/tde-07112024-135148/
Resumo: Pesquisa interdisciplinar localizada na encruzilhada entre Psicologia, Educação e Literatura, que faz parte do conjunto das reflexões sobre Educação das Relações Étnico-Raciais (ERER). Ao escutar as narrativas de oito professoras negras do Ensino Médio da Rede Municipal de Ensino de São Paulo em seus trajetos pela cidade e trajetórias na educação, analiso (1) se (e como) constituíram fundamentos e valores para enfrentar o racismo, (2) se (e como) a docência se produziu enquanto território de afirmação de sua condição de sujeitas (mulheres, negras e trabalhadoras), e (3) se (e como) são seus processos de construção de práticas pedagógicas antirracistas junto a adolescentes. Com o apoio da Secretaria Municipal de Educação, conduzi, além das entrevistas, encontros com mais de cem docentes em algumas escolas com a temática Ensino Médio e Relações Raciais. As categorias de análise com as quais trabalho estão divididas em três pares: autodeclaração e autorrepresentação, silenciamento e adoecimento, formação e práticas pedagógicas. Dos achados da pesquisa, destaco: as estratégias de enfrentamento ao racismo nas experiências destas mulheres foi tão diversa quanto foram as manifestações dele para cada uma; em algumas experiências, a docência foi território de afirmação de sua condição de sujeitas, mas em outras, foi palco de silenciamento e adoecimento mental; alianças e parcerias com profissionais de diferentes pertencimentos raciais e de gênero nas escolas foram os principais elementos para a construção das práticas pedagógicas; os debates e as histórias das professoras negras contadas nos encontros nas escolas seguiram reverberando entre o corpo docente, iniciando ou continuando, mesmo que timidamente, uma ressignificação sobre a temática em quase todas as escolas. Além dos capítulos Tornar-se Negra e Forma(ta)ção, em Escrevivência estão apresentados os fundamentos e construção do caminho estético-metodológico que percorri. Encerro com Travessia, apontando lacunas, presenças e desejos de continuidade. As contribuições desta pesquisa se dão tanto como estímulo para o desenvolvimento de novas pesquisas e materiais para a educação das relações étnico raciais, estratégias de formação docente no Ensino Médio, quanto estratégias para promoção de saúde mental para mulheres negras