Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Esteca, Fabiana Mara |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-16082016-104310/
|
Resumo: |
Este estudo se propôs a compreender em profundidade o significado da imposição heteronormativa na constituição subjetiva de mulheres que se revelaram lésbicas, bem como as influências dessa interface sobre o estabelecimento e ruptura do vínculo conjugal homoafetivo, tendo como base os referenciais psicanalíticos e as teorias de gênero. Para tanto, foram realizadas cinco entrevistas, com paulistanas de classe média ou média alta, com idades variando entre 31 e 58 anos. A coleta de dados foi realizada a partir de entrevistas semi-dirigidas, por meio de uma metodologia qualitativa. Observou-se que todas as entrevistadas foram vítimas de preconceitos e discriminações ao longo da vida e em maior intensidade dentro do núcleo familiar, situação que causou maior sofrimento. Das cinco entrevistadas, quatro relataram ter tido problemas de rejeição na família nuclear após a revelação da homossexualidade. Contudo, esta situação se reverteu após algum período de tempo, com exceção de apenas um caso. Pode-se destacar que a relação da família com a homossexualidade influenciou, direta ou indiretamente, decisões importantes na vida pessoal e amorosa, como por exemplo, a escolha por viver em grandes centros urbanos, na maioria dos casos longe da cidade natal ou da família. De acordo com o material analisado é possível perceber que a transmissão da herança familiar acerca dos valores e julgamentos prévios da homossexualidade, bem como da idealização da heterossexualidade, repercutem no processo de autoafirmação, nos modos de enfrentamento do preconceito e na conjugalidade. Observou-se que o preconceito representa um fator importante para compreender as especificidades da relação lésbica, ainda que não tenha sido referenciado como o causador direto de conflitos ou da separação. A principal queixa encontrada esteve na disparidade de autoaceitação entre as parceiras. A intensidade da reação da(s) mãe(s) frente à descoberta da homossexualidade da(s) filha(s) foi algo recorrente, por vezes envolvendo discriminação intensa, hostilidade e até violência física contra as filhas. Este fator despertou novas indagações e merece ser mais bem investigado, ficando enquanto sugestão para estudos futuros |