O Vilão Desviante: ideologia e heteronormatividade em filmes de animação longa-metragem dos Estúdios Disney

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Santos, Caynnã de Camargo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100135/tde-09092015-190418/
Resumo: A relevância das animações infantis no processo de ensinar papéis específicos, valores e ideais é amplamente reconhecida pelos estudiosos da cultura. O presente trabalho tem como objetivo central desvelar e analisar criticamente a sutil estratégia discursiva presente em alguns destes artefatos midiáticos endereçados prioritariamente às crianças, que consiste em reiterar o status de normalidade das formas de identificação por gênero hegemônicas a partir da atribuição de teor de negatividade a identidades desviantes em relação às normativas sócio-historicamente constituídas de \"masculinidade\" e \"feminilidade\". Para tanto, lançamos mão da semiótica greimasiana, de modo a analisar a presença de elementos de transgressão dos papéis de gênero concebidos como \"naturais\" nas representações dos vilões Úrsula, Jafar e Scar, das animações Disney A Pequena Sereia (1989), Aladdin (1992) e O Rei Leão (1994), respectivamente. Enfatizamos a análise de elementos presentes no nível discursivo do texto, destacadamente os figurinos dos personagens, seus códigos de gestualidade e suas conformações físicas. Em combinação com a semiótica, empregamos alguns conceitos da linha de pesquisa genericamente conhecida como Análise de Discurso, visando discutir a relação dialógica que se estabelece entre os textos constituintes do corpus de análise e os discursos políticos e sociais conflitantes, próprios dos contextos sócio-históricos dos quais os filmes emergiram. Buscamos ainda propor discussões acerca do papel que essa associação entre desvio das normas de gênero e a figura dos antagonistas desempenha no reforço da heteronormatividade e de preconceitos em relação a determinados grupos sociais, problematizando as animações enquanto instrumentos de educação moral não-formal. Concluímos que o padrão de representação dos vilões analisados, no tocante às suas performances de gênero, cumpre com a função ideológica de implicitamente avaliar negativamente as formas de ser e agir que frustram as tradicionais expectativas de \"masculinidade\" e \"feminilidade\", inequivocamente associando-as com maldade, crueldade, egoísmo e ganância. Por fim, procuramos compreender as identidades de gênero desviantes dos vilões em questão sob a luz de alguns elementos da Teoria Queer