Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Carvalho, Daniele Fernandes Pena |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5144/tde-26052011-160904/
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Resumo: |
A região do Estuário de Santos e São Vicente é alvo da ocupação desordenada e degradação ambiental em decorrência do despejo de toneladas de resíduos tóxicos produzidos por empresas do pólo industrial de Cubatão que contaminam rios, solo, fauna e a população estabelecida próxima a estes depósitos industriais irregulares. O fígado é um dos órgãos que podem ser afetados por estes contaminantes, pois é o local de neutralização de substâncias tóxicas. Este estudo tem como objetivo avaliar prevalência de doenças do fígado e alterações nas enzimas hepáticas bem como indicadores de exposição a poluentes químicos em áreas contaminadas do Estuário de Santos e São Vicente e é parte de um projeto financiado pelo CNPq. Foi adotado o desenho transversal e foram selecionados 820 domicílios em cada uma das quatro áreas do Estuário (Pilões e Água-Fria, Cubatão Centro, São Vicente Continental e Guarujá) e em uma área localizada fora do Estuário (Bertioga). Na primeira fase foi realizado um inquérito de morbidade referida nas áreas selecionadas. O instrumento de coleta de informações foi um questionário estruturado e prétestado. Foram estimadas as proporções das doenças do fígado, hepatite, cirrose e câncer de fígado e vias biliares por área, a associação entre desfechos e áreas e diferenças entre proporções. Foram realizados modelos de regressão logística para investigação de possíveis fatores de risco para as doenças hepáticas. Na segunda fase, em uma amostra dos participantes da primeira fase, foram feitas sorologias para hepatites B e C e dosados os níveis séricos de alanina aminotransferase (ALT ou TGP), mercúrio e chumbo. Modelos de regressão logística foram usados para estimar fatores de risco para alterações enzimáticas. Foi avaliada a associação entre alterações nos níveis da enzima hepática e os níveis de chumbo e mercúrio no sangue. A prevalência de doenças do fígado entre todos os entrevistados foi de 1.5% e de 1.4% entre os sem exposição a produtos químicos e álcool. Entre os que mencionaram presença de doença do fígado, 1/3 dos que relataram ter hepatite e metade dos que relataram ter outras doenças do fígado, não apresentaram as duas exposições. Nesta mesma amostra, hepatite foi a doença mais relatada e houve associação estatística entre residir em Pilões e Água-Fria e ter hepatite (p = 0,001). O consumo de produtos alimentícios produzidos localmente (frutas) (RC = 3,91; IC95%: 1,70 8,99) e de água de fontes locais (RC = 4,44; IC95%: 1,73 11,40) mostraram-se fatores de risco para doenças hepáticas. A proporção de alterações nos níveis de alanina aminotransferase (ALT ou TGP) foi de aproximadamente 11%. O IMC elevado apresentou-se como fator de risco para a presença de alteração na enzima hepática (RC = 2,8; IC95%: 1,25 6,27). Entretanto, 20% dos indivíduos com ALT elevada apresentavam IMC normal e sorologia para hepatites B e C negativas. Nesta mesma amostra não houve associação entre concentrações de metais no sangue e níveis séricos de ALT. Estes resultados indicam que a exposição ambiental através de rotas de contaminação atuais ainda é um claro problema de saúde pública na região estuarina de Santos e São Vicente. |