Infecção pelo vírus da hepatite E em pacientes com infecção crônica pelo vírus da hepatite C

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Bricks, Guilherme [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5137907
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/50731
Resumo: Resumo Introdução: O impacto da infecção pelo vírus da hepatite E (HEV) em pacientes com infecção crônica pelo vírus da hepatite C (HCV) é pouco conhecido. Objetivos: Avaliar a associação entre presença de anticorpos anti-HEV e cirrose hepática em pacientes com infecção crônica pelo HCV; estimar a soroprevalência do HEV nesses pacientes, assim como descrever os fatores de risco associados; e avaliar a associação entre infecção prévia pelo HEV e resistência à insulina. Métodos: Entre outubro de 2015 e dezembro de 2016, foram avaliados 618 pacientes de três centros de referência do estado de São Paulo com infecção crônica pelo HCV. Avaliou-se presença de anticorpos da classe IgG contra o vírus da hepatite E por método imunoenzimático (WANTAI HEV-IgG ELISA). Amostras com resultados reagentes e indeterminados foram testadas para presença de anticorpos anti-HEV IgM. Resultados: A soroprevalência encontrada foi de 10,2% (IC 95% 8,0 – 12,8%). Maior soroprevalência apresentou associação independente com idade superior a 60 anos (OR = 2,13; p = 0,001), história de contato prévio com porcos (OR = 2,06; p = 0,02) e hemofilia (OR = 35,69; p = 0,004). Soropositividade para hepatite E, ajustada para sexo, idade e genótipo do HCV, apresentou forte tendência de associação com presença de cirrose hepática (OR = 1,72; IC 95% 0,96 – 3,07; p = 0,06). Presença de anticorpos contra o HEV apresentou associação independente com resistência insulínica (OR: 4,24; p = 0,05). Discussão e Conclusões: Pacientes com infecção crônica pelo HCV estão sob risco de superinfecção pelo vírus da hepatite E em São Paulo. Contato com porcos é fator de risco para a infecção, indicando possível zoonose de transmissão alimentar ou por contato com os dejetos dos animais. Alta prevalência em hemofílicos sugere possibilidade de transmissão alternativa por via parenteral. A tendência de associação entre infecção prévia pelo vírus da hepatite E e cirrose sugere aceleração da progressão de fibrose hepática em pacientes com hepatite C crônica. Infecção prévia pelo vírus da hepatite E se associa à presença de resistência insulínica, podendo esta ser manifestação extra-hepática sustentada após resolução da infecção pelo vírus.