Impacto da pandemia pelo COVID 19 nos desfechos de curto prazo em mulheres com neoplasias malignas de ovário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Pinto, Kathia Piologo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17145/tde-12042024-090825/
Resumo: Este estudo teve como objetivo avaliar o impacto da pandemia COVID-19 nos desfechos de curto prazo em mulheres com neoplasias malignas de ovário em tratamento oncológico no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo em que 154 participantes foram incluídas, sendo que 109 compuseram o grupo Pré Pandemia e 45, o grupo Pandemia. Houve 11,1% das participantes do grupo Pandemia que deram entrada no serviço pela Unidade de Emergência, enquanto no grupo Pré Pandemia foram 5,5%. O primeiro intervalo observado foi o tempo de sintomas até a entrada no serviço e, no grupo Pré Pandemia, esse tempo foi de 134,7 dias e o grupo Pandemia, o foi de 176,8. O segundo intervalo observado foi o tempo para início do tratamento, que no grupo Pré pandemia, foi de, em média, 22 dias e no grupo Pandemia, de 19 dias. O terceiro intervalo, que representa o tempo do tratamento primário, foi de 114,6 dias no grupo Pré Pandemia e de 123,4 dias no grupo Pandemia. No grupo Pré Pandemia, 48,1% das pacientes apresentavam-se nos estágios avançados da doença, na classificação III e IV da FIGO, no grupo Pandemia, eram 48,6%. A cirurgia primária foi o tratamento empregado na maior parte dos casos, pois 89% do grupo Pré Pandemia e 75,6% do grupo Pandemia foi submetido a esse tratamento inicial. No grupo Pré Pandemia, 6,4% das pacientes realizaram quimioterapia neoadjuvante, 2,8% quimioterapia paliativa e 1,8% quimioterapia adjuvante. No grupo Pandemia, 17,8% realizaram quimioterapia neoadjuvante, 4,4% quimioterapia paliativa e 2,2% quimioterapia adjuvante. Para 15% das pacientes do grupo Pré Pandemia houve atraso para o início da terapia e 47,5% tiveram necessidade de modificação no tratamento ao longo das sessões. No grupo Pandemia, 5,4% sofreram atraso no início da terapia e 51,4% tiveram necessidade de modificação no tratamento ao longo das sessões. No total, 8 pacientes foram diagnosticadas com Covid-19, o que representou 5,1% das pacientes observadas. No grupo Pré Pandemia, foram 3,7% sendo que 50% delas permaneceram assintomáticas. No grupo Pandemia foram 8,9% das participantes, e 50% delas permaneceram assintomáticas. Dentre as pacientes sintomáticas, 50% desenvolveram a forma leve dos sintomas, enquanto 50% desenvolveram a forma severa. As pacientes que apresentaram a clínica severa da doença faziam parte do grupo Pré Pandemia e evoluíram para óbito. As demais apresentaram cura completa. Concluiu-se, desta forma, que a pandemia pelo COVID-19 não exerceu impactos negativos sobre a maior parte dos desfechos de curto prazo em pacientes tratadas para neoplasia maligna de ovário, entretanto, de alguma forma, impactou a sobrevida dessas pacientes, tendo se apresentado menor durante a pandemia.