Taxas de hospitalização por câncer de ovário durante a pandemia de COVID-19 no Estado de São Paulo e correlação com variáveis associadas a pandemia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Moterani, Vinicius Cesar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17145/tde-11042022-143023/
Resumo: Introdução: A pandemia de COVID-19 que teve início em 2020 prejudicou o funcionamento de serviços de saúde e modificou o comportamento de pacientes. Há relatos de mudanças na atividade cirúrgica coincidindo com o período do surto Nós buscamos verificar se houve mudanças na taxa de hospitalização dentre pacientes portadoras de câncer de ovário no Estado de São Paulo, no Brasil. Objetivos: Nosso objetivo foi identificar se mudanças poderiam ser encontradas na taxa de hospitalização de pacientes com câncer de ovário entre 2016 e 2020, comparando níveis pré-pandemia e na pandemia. Nós também buscamos determinar, caso essas mudanças tenham acontecido, se elas estavam correlacionadas com variáveis relativas a pandemia. Métodos: Dados agregados foram obtidos na Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo relativas a hospitalização por câncer de ovário, taxa média de distanciamento social, incidência, mortalidade e letalidade por COVID-19 e taxa de ocupação de leitos específicos para COVID-19 tanto de enfermaria quanto de UTI. Hospitalizações por câncer de ovário foram categorizadas como para tratamento clínico ou cirúrgico. Esses dados foram avaliados tanto em nível estadual quando para cada subdivisão do Estado. Nós realizamos uma análise Joinpoint para verificar se havia mudanças na taxa de hospitalização durante o período do estudo. Nós também calculamos razões de taxa de hospitalização e verificamos se eles se correlacionavam com variáveis relativas a pandemia. Resultado: Taxas de hospitalização gerais para câncer de ovário cairiam no Estado coincidindo com o início da pandemia. Em nível estadual, taxas de hospitalização clínicas não exibiram mudanças no período do estudo, enquanto taxas de hospitalização cirúrgicas caíram dois trimestres antes do início da pandemia e mantiveram-se em queda. Razões de taxas de hospitalização cirúrgicas apresentavam correlação inversa com taxa de ocupação de leitos de UTI específicos para COVID no terceiro trimestre de 2020, com um coeficiente de correlação de Pearson de -0,50 (IC 95%: -0,78 a -0,05, p = 0,03). Um aumento no número de indivíduos exclusivamente dependentes do SUS foram identificados no Estado, com um coeficientes de correlação de Pearson de 0,95 (IC 95%: 0,88-0,98, p < 0,001). Conclusão: Razões de taxa de hospitalização cirúrgicas caíram no terceiro trimestre de 2020 e estiveram inversamente correlacionados com taxa de ocupação de UTI. Isso demonstra o impacto da pandemia por COVID-19 no tratamento de condições que competem pelos mesmos recursos de saúde.