Canudos revisitada: intersecções entre Euclides da Cunha e Mário Vargas Llosa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Rodrigues, Matheus Wilson de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/84/84131/tde-12082019-124928/
Resumo: O escritor peruano Mário Vargas Llosa lançou, em 1982, o livro A guerra do fim do mundo, em que revisita a Guerra de Canudos, ocorrida no interior da Bahia entre 1896 e 1897. A obra é em grande parte inspirada no livro Os sertões, de Euclides da Cunha. Neste trabalho analisamos a relação palimpsestuosa entre as duas obras supracitadas, dando ênfase às dicotomias entre civilização e barbárie recorrentes no texto euclidiano e que transparecem, também, na referida obra de Vargas Llosa, de modo singular. Recorremos à história intelectual para entender a visão dos autores, compreendendo que a conexão entre a arte e a ciência possuem um papel central na obra de Euclides da Cunha, levando-o a fiar grande parte de suas afirmações em conhecimentos que posteriormente viriam a mostrar-se equivocados, como o determinismo racial. Já Mário Vargas Llosa prescinde dessa preocupação e acrescenta à narrativa novos elementos àquela realidade, atendo-se a buscar revelar, através da ficção, verdades subjetivas. Daí brota um distanciamento entre os dois autores, apesar de tratarem do mesmo assunto: o brasileiro enseja mostrar a realidade de modo holístico, através um livro cientifico; enquanto o peruano escreve mentiras a fim de desvelar verdades. Ambos questionam os extremos a que os seres humanos podem chegar devido à crença cega em alguma ideologia, Euclides faz isso com relação à República Brasileira e Vargas Llosa com relação aos acontecimentos decorrentes da Guerra Fria.