Pedogênese da formação Marília (Grupo Bauru) da região de Monte Alto - Estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1985
Autor(a) principal: Jimenez Rueda, Jairo Roberto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20230818-145348/
Resumo: Com o principal objetivo de estudar a evolução das características pedológicas de solos originados da Formação Marília, foi proposta a presente pesquisa. Para tanto, selecionaram-se cinco perfis, situados na região de Monte Alto - SP. Tais perfis encontram-se sobre material da Formação Marília. Tal Formação é constituída por arenitos grosseiros e material conglomerático, podendo ser encontradas camadas descontínuas de lamitos vermelhos e calcário. A evolução das características pedológicas foi analisada através de análises morfológicas, granulométrica, química, mineralógica das frações areia, silte e argila e micromorfológica, em amostras dos horizontes do solo. A região é caracterizada por um clima mesotérmico de inverno seco, com uma precipitação em torno de 1 200 mm. Os perfis foram coletados em uma toposseqüência, num regime de umidade údico e regime de temperatura hipertérmico. Os perfis foram selecionados como IP1 a IP5, apresentando a seguinte classificação: Perfil Classificação IP1 PE eutrófico Tb, A proeminente, textura arenosa/média; IP2 PE eutrófico Ta, A moderado, textura arenosa/média; IP3 Bv, textura média; IP4 HGHe Tb, A chernozêmico, textura arenosa/média; IP5 Bv, textura média. A evolução dos Brunizem Avermelhados para os Podzólicos Vermelho Amarelo implicou na evolução do horizonte câmbico para um argílico, ocorrendo aumento de espessura do solum. Houve pequena variação de cor e grau de estrutura. Para o epipedon a evolução foi de A chernozêmico para A moderado. A análise da distribuição das partículas por tamanho, assim como a relação areia/argila, indicam que os solos mais desenvolvidos, que ocupam as posições mais elevadas no relevo, apresentam teores de silte e argila mais altos do que os perfis menos desenvolvidos, que ocupam as posições mais baixas. As propriedades químicas, principalmente capacidade de troca catiônica, matéria orgânica e soma de bases acompanham a evolução do intemperismo. Assim é que, tais propriedades decrescem dos solos pouco desenvolvidos para os solos mais desenvolvidos. A mineralogia da fração argila não sofre alteração em relação aos principais componentes, porém ocorrem modificações quanto aos teores dos minerais. Assim, os minerais 2:1 e os interestratificados predominam nos solos menos evoluídos enquanto que a caulinita é o mineral dominante nos solos mais evoluídos. A presença da caulinita nas porções mais arenosas do material de origem leva a pensar na grande variabilidade do próprio material originário da Formação Marília. As observações micromorfológicas identificaram a ocorrência de argilans iluviais nos horizontes pouco desenvolvidos, como o (B), assim como nos lamitos, demonstrando, com isso, que tais argilans estão também presentes nos materiais de origem e não são somente de origem pedogenética. A mineralogia dos minerais pesados da fração areia possibilitou a separação de dois grupos de material de partida da Formação Marília. Um grupo, representado pelos perfis IP1 e IP2, onde a turmalina e o zircão, mais arredondados com algumas formas regulares, tiveram sua origem de rochas sedimentares pré-existentes. O outro grupo, representado pelos demais perfis, é rico em granadas angulares e subangulares, turmalinas e zircão arredondados, demonstrando menor grau de alteração e caracterizando, como fonte, rochas sedimentares pré-existentes e rochas metamórficas, o que está de acordo com os constituintes da Formação Marília. A lessivagem parece ser um processo comum na formação dos horizontes argílicos em solos desta região, porém a herança do material de origem, no caso o lamito, tem contribuído sensivelmente para a formação destes horizontes, principalmente para os perfis IP1 e IP2. As características morfológicas permitem evidenciar que os materiais de origem dos solos estudados são autóctones e provenientes da Formação Marília.