Caracterização e gênese de solos Brunos do maciço alcalino de Poços de Caldas (MG)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1984
Autor(a) principal: Rodrigues, Tarcisio Ewerton
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20210104-191340/
Resumo: O presente trabalho foi conduzido com a finalidade de obter informações sobre a caracterização e gênese de solos Brunos encontrados no maciço alcalino de Poços de Caldas-MG. Foram amostrados oito perfis de solos desenvolvidos de rochas alcalinas no maciço de Poços de Caldas. Tais perfis estão dispostos ao longo de duas sequências catenarias,ouseja, sequência I com os perfis PC-1, PC- 2, PC-3 e PC-4 e a sequência II com os perfis PC-5, PC-6, PC-7 e PC-8. Tais solos apresentam coloração predominantemente brunada, associada com uma estrutura pequena a grande em forma de bloco subangular em grau moderado. As análises físicas e químicas incluíram além das análises de rotina, a retenção de água, superfície específica, cargas elétricas e óxidos de Fe, Al e Mn. No estudo da composição mineralógica das frações do solo foram empregados Raios-X, DTA e métodos óticos. Os solos são argilosos a muito argilosos, ácidos, argila de baixa atividade e álicos, com estrutura no horizonte B latossolico em grau moderado e fraco; de coloração brunada nos matizes 10YR a 5YR. Os valores de superfície específica (64 a 187 m2) são elevados para solos de mineralogia 1:1, refletindo a influência de materiais amorfos, mica e matéria orgânica, no complexo coloidal destes solos. O comportamento eletroquímico destes solos é regido pelo sistema de cargas variáveis, devido as cargas dependentes de pH presentes na superfície das caulinitas e óxidos de Fe e Al. Nestes solos ocorrem tanto cargas negativas como positivas no pH do solo. A goethita como Al-substituição (23 a 57 mole % na fração argila) é a principal responsáyel pela coloração brunada destes solos. A composição mineralógica destes solos é constituída predominantemente por caulinita, gibbsita, material amorfos (alofanas) e mica. Em pequenas percentagens são encontrados vermicula com hidroxila interlamelar, quartzo, óxidos de titânio e feldspatos. A gibbsita encontra-se em duas formas: gibbsita primária I nas frações areia e silte, formadas pela alteração direta de feldspatos e a gibbsita secundária II, formada pela dessilicatização da caulinita. A caulinita é originada da alteração direta do feldspato, ressilicatização de gibbsita I e dessilicatização da mica. A associação da caulinita com micro cristais de gibbsita, altamente anisotrópico, na matriz do solo, confere a estes, uma estrutura plásmica predominantemente sépica. Os teores de óxidos de ferro total (≤ 9%Fe2O3) e a presença de horizonte B latossólico ou óxido, permitem enquadrar a maior parte destes solos nas classes dos Latossolos Brunos e Vermelhos Amarelos. A única distinção entre eles seria a estruturação mais evidente nos perfis PC-1, PC-2, PC-4, PC-7 e PC-8. Entretanto, tal critério não é distintivo entre classes de solos no sistema brasileiro de classificação. A criação de um subgrupo dentro dos Latossolos que incluíssem os solos semelhantes as Terras Brunas Estruturadas, serviria para grupar justamente os solos com características oxídricas, porém, com estrutura mais desenvolvida.