Organização e pedogênese de um sistema latossolo-podzol na região do Alto Rio Negro, Amazonas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Mafra, Álvaro Luiz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20200111-152812/
Resumo: A tese trata da formação de solos arenosos hidromórficos, encontrados em extensas planícies, onde ocorrem áreas isoladas de latossolos, em terrenos ondulados e drenados. O objetivo do estudo é elucidar a existência de um sistema latossolo-podzol, verificando a relação genética entre eles e o possível desenvolvimento dos solos arenosos por transformação dos Iatossolos. Para tanto, foram caracterizados a morfologia dos solos e seus atributos físicos, químicos e mineralógicos. A composição química das águas foi determinada e relacionada com os processos pedogenéticos envolvidos. A seqüência de solos mostra evidências morfológicas e analíticas, que indicam desenvolvimento autóctone e filiação com o material de origem granítico. Os solos no domínio latossólico e hidromórfico mostram relações pedogenéticas que apontam para transformação do latossolo, ligada a condições de saturação hídrica crescente, iniciando pelo amarelecimento, seguido pela gleização na periferia da colina. Nesta zona observa-se gradual empobrecimento em argila em subsuperficie, que se estende lateralmente em direção ao plano, onde se encontra o material arenoso. Esta diferenciação se verifica numa escala métrica, associada ao processo pedogeoquímico de acidólise parcial, que provoca dissolução de grande quantidade de gibbsita e caulinita, liberando alumínio, o que é constatado por mudanças na composição das águas. O transporte mecânico na forma mícroparticular parece exercer papel secundário. Na planície hidromórfica observa- se acúmulo de quartzo compondo as areias brancas. Abaixo deste conjunto eluvial verifica-se, num lado da seqüência, uma alterita com gibbsita sob o horizonte Bh endurecido. Na maior parte da área, ocorre um conjunto claro areno-argiloso, com predomínio de caulinita na fração argila, disposto abaixo do horizonte Bh solto. A formação do horizonte Bh do podzol hidromórfico é um processo posterior a formação do material arenoso e se dá pela redistribuição de matéria orgânica, acompanhando o fluxo hídrico subsuperficial. No horizonte espódico observa-se um plasma orgânico preenchendo os espaços intergranulares e canais de raízes, depositado por ação mecânica de filtração numa camada mais adensada em contato com o saprolíto ou conjunto claro mais argiloso. A precipitação de compostos orgânicos ligados a alumínio, presente nas soluções em subsuperficie, pode também estar envolvida na gênese do horizonte Bh. O tipo de podzolização encontrada nessa seqüência difere da verificada em outras áreas da Amazônia, e se caracteriza fundamentalmente pela ação das águas ácidas do plano hidromórfico sobre o solo mais argiloso da colina. As areias brancas formam-se nestas condições abaixo do conjunto latossólico, que se desestabiliza e se degrada a medida que ocorre a remoção da fração fina, provocando o rebaixamento do terreno e contato com as águas do plano. A evolução lateral dos solos no sentido latossolo-podzol reforça a hipótese de formação das areias brancas por processos pedogeoquímicos e contribui para explicar o aplainamento geral do terreno observado nesta região.