O que é público não é de vocês: A ATBC e os Modelos de Gestão dos Grupos de Teatro em São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Ramos, Stênio Dias
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27156/tde-10032021-154720/
Resumo: Esta dissertação trata da formação e consolidação de modelos de gestão de grupos e companhias teatrais da 1ª metade do século XX até o fim da década de 1960 com base em suas relações com entes públicos e privados desde a transição entre os grupos semiprofissionais, amadores e estudantis, passando pelas companhias que mantiveram sedes próprias - como o TBC - e que originaram outras a partir de artistas proeminentes saídos de suas bases - como as de Cacilda Becker, Nydia Lícia-Sergio Cardoso e de Tônia-Celi-Autran - trazendo seus desdobramentos até o momento atual, onde tais relações e seus possíveis alcances parecem ainda pouco estabelecidos, com ações teatrais sendo concretizadas através de uma dependência a leis e políticas tênues que podem ser interrompidas a qualquer momento. O objetivo deste trabalho é colocar as relações do teatro com o poder público em uma perspectiva histórica a partir do chamado \"modelo TBC\", que reconhecidamente suscitou uma nova perspectiva à profissionalização dos grupos de teatro no país ao fazer com que aqueles que saíram dessa companhia teatral pudessem replicar muitas de suas ações benéficas ao teatro - como investir na formação técnica dos atores, trazer novas ideias e pessoas influentes de alta excelência em suas funções no exterior para trabalhar com os profissionais locais - assim como alguns de seus vícios - como o financiamento público baseado principalmente em relações com o poder público ou nas leis de incentivo; o descaso quanto à captação de recursos complementares em outras fontes; o interesse predatório de entes privados sobre o fazer artístico e a cidade; e certa perda de sintonia com os desejos do público espectador e as demandas da classe teatral. Pretende-se assim explicitar o quanto esses mecanismos continuam se perpetuando pelos dias de hoje, fazendo com que o projeto de reabertura do TBC levado pela ATBC (Associação dos Amigos do TBC e do Teatro Brasileiro) possa se tornar uma nova possibilidade de se trabalhar artisticamente a partir de uma perspectiva de sustentabilidade diversa da que segue em voga. Para isso, este trabalho se referenciará a notícias de jornal do período em que o TBC manteve sua companhia ativa (1948-1964), além de trechos dos livros de Silveira (1976), Arruda (2001/2005), Pontes (2011), Lícia (2007). Guzik (1986), Barros de Almeida (1987), entre outros, além de histórias e relatos reunidos na revista Dionysos (1980) sobre o TBC.