Análise espaço-temporal e fatores de risco ambientais associados à Leishmaniose Tegumentar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Zenker, Tatiana Pineda Portella
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41134/tde-13062024-153627/
Resumo: A leishmaniose cutânea (LC) é causada pelo parasita Leishmania e é uma das doenças tropicais transmitidas por vetores mais negligenciadas do mundo. O Brasil é o país com maior incidência da doença na América Latina e um dos 10 países do mundo com maior número de casos. No Brasil, a leishmaniose cutânea é uma doença essencialmente zoonótica, e tem como vetor espécies de mosquito palha (Plebotominae) e como reservatório, diversas espécies de mamíferos. A distribuição espaço-temporal da doença no país ainda é pouco conhecida e depende de fatores ambientais que favorecem o desenvolvimento e a coexistência das espécies de parasitas, reservatórios e vetores. Desta forma, o objetivo principal deste estudo foi analisar a dinâmica espaço-temporal dos casos de Leishmaniose Cutânea no Brasil, buscando a relação com fatores ambientais. Foram utilizados dados de casos confirmados de leishmaniose cutânea em nível de município entre os anos de 2001 e 2017. No primeiro artigo, foram aplicados métodos de análise de tendência de Mann-Kendall, varredura espaço-temporal de Kuldorff e análise de hotspots emergentes para identificar os aglomerados e a dinâmica espaço-temporal da doença. Observou-se que a incidência da LC tem diminuido ao longo do tempo, mas que em alguns municípios o número de casos tem aumentado. O principal aglomerado da doença foi encontrado na região Amazônica, e a análise de hotspot mostrou que a dinâmica espaço-temporal da doença nessa região é bastante heterogênea. Também foram encontrados 20 aglomerados secundários da doença, sendo a maioria deles localizados na região sudeste e um no estado da Bahia. No segundo artigo, foi aplicada uma modelagem bayesiana espaço-temporal para avaliar como as mudanças no uso do solo afetam a incidência da LC dentro da região Amazônica. Os resultados mostraram que o aumento do risco de leishmaniose cutânea na região está associado ao desmatamento, e por uma interação positiva entre a cobertura florestal e a pecuária. As paisagens com desmatamento contínuo para a criação de gado extensivo são normalmente encontradas em municípios da fronteira amazônica, onde também encontramos diversos hotspots da doença. Espera-se que os resultados desse estudo possam guiar estudos ecológicos, epidemiológicos e ações de vigilância e controle nos principais focos da doença no país. Além disso, os resultados desse trabalho também ajudam a esclarecer melhor como mudanças ambientais afetam a transmissão da leishmaniose cutânea, os quais podem ser utilizados para guiar ações de planejamento territorial, especialmente na Floresta Amazônica.