Leishmaniose Tegumentar Americana: análise dos padrões espaçotemporais das microrregiões brasileiras de 2010 a 2019

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Oliveira, Carolina Mateus Mamede de
Orientador(a): Santos, Reinaldo Souza dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/57469
Resumo: A leishmaniose tegumentar americana é um problema sanitário mundial distribuído em quatro continentes (Américas, Europa, África e Ásia), sendo mais prevalente nos países da América do Sul. Segundo a OMS, o Brasil é considerado endêmico para duas formas da leishmaniose: tegumentar e visceral. Na América do Sul, a leishmaniose tegumentar representa o maior número de casos notificados. Há numerosos estudos sobre os aspectos clínicos/ evolução natural da doença, estudos experimentais e tratamento terapêutico, entretanto, faltam estudos que considerem áreas geográficas menores e relacionem os aspectos econômicos, demográficos e ambientais, sobretudo com análise espaço-temporal. Por meio da pesquisa foi possível visualizar o panorama atual da LTA (2010 a 2019) a partir das regiões e microrregiões brasileiras com maiores frequências relativas e piores valores de indicadores socioeconômicos, além da sua distribuição entre os biomas. Os resultados apresentaram que as regiões Norte e Nordeste obtiveram tanto na análise de dados descritiva quanto na analítica as maiores frequências relativas. A forma cutânea foi a forma clínica de maior frequência, houve maior número de novos casos que recidivos e maior ocorrência na zona rural. O sexo masculino foi o de maior frequência, todavia, os clusters de maior risco relativo não foram em sua maioria os de faixa etária da população economicamente ativa, como esperado na literatura. As menores frequências foram nas populações de escolaridade na categoria Ensino Superior. A raça indígena foi a de maior incidência em todos os anos na análise de dados descritiva, bem como na análise de dados analítica, onde as microrregiões mais afetadas foram em sua maioria da raça/cor indígena. Os biomas na análise de cluster possuíram grande heterogeneidade, porém, o maior raio foi encontrado no bioma amazônico. Dentre os indicadores socioeconômicos, o Índice de Gini obteve maior concordância com os resultados da análise espaço-temporal. Nas análises de Kulldorff, a maior parte dos clusters produzidos foram entre os anos de 2010 a 2014. Faz-se necessário mais estudos com áreas geográficas menores para entender o padrão e o limiar endêmico da doença, ademais dos determinantes sociais em saúde que mais produzem o adoecimento em cada população afetada.