Estratigrafia e aspectos da tectônica deformadora da Formação Pindamonhangaba, Bacia de Taubaté, SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1995
Autor(a) principal: Mancini, Fernando
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44136/tde-03092013-084815/
Resumo: Os depósitos sedimentares neogênicos da Formação Pindamonhangaba, Bacia de Taubaté, localizados na região entre Jacareí e Roseira (SP), foram estudados a partir da análise estratigráfica e do levantamento das estruturas tectônicas rúpteis que os afetam, visando elaborar o modelo evolutivo para esta formação. Como resultado dos estudos desenvolvidos, a Formação Pindamonhangaba cartografados na escala 1:100.000, pode ser dividida em dois membros interdigitados, designados de Rio Pararangaba e Presidente Dutra, assentados discordantemente sobre os sedimentos do Grupo Taubaté (formações Resende, Tremembé e São Paulo). O Membro Rio Pararangaba é caracterizado pela presença de conglomerados areia sustentados que, para o topo, gradam para arenitos grossos a médios com estratificações cruzadas tabulares e acanaladas, representando as fácies de canal de um sistema fluvial meandrante. Localmente, ocorrem pacotes de argilas pretas, ricas em matéria orgânica, originadas pelo abandono e preenchimento de canais (oxbow lakes). O Membro Presidente Dutra é composto por argilitos maciços a laminados, com intercalações de siltitos e arenitos finos, bioturbados e com impressões de fósseis vegetais, representando as fácies de planície de inundação do sistema fluvial meandrante. Camadas de arenitos grossos com clastos de argilitos podem estar presentes, indicando processos de rompimento de diques marginais (crevasse splay). O modelo evolutivo para a Formação Pindamonhangaba compreenderia a instalação de um sistema fluvial meandrante de granulação grossa, com as fácies de canais (Membro Rio Pararangaba), passando para o de granulação fina, com as fácies de planície de inundação (Membro Presidente Dutra), tendo como área-fonte as rochas do embasamento pré-cambriano e do Grupo Taubaté. O aumento da sinuosidade do canal fluvial permitiu o desenvolvimento das fácies de planície de inundação (Membro Presidente Dutra), com paleogeografia muito semelhante a do atual Rio Paraíba do Sul. O clima na época de deposição teria sido úmido, como pode ser inferido a partir dos argilominerais presentes, predominando caulinitas detríticas associadas a caulinitas autigênicas. As estruturas tectônicas rúpteis observadas evidenciam a ocorrência de pelo menos três regimes tectônicos para a região, atuantes após a deposição da Formação Pindamonhangaba: - regime tectônico de caráter transcorrente dextral, com compressão de direção NW-SE, no Neógeno-Quaternário, responsável pela geração de falhas-em-quilha e estruturas-em-flor positivas, as quais efetam depósitos coluviais e stone line sobrepostas à Formação Pindamonhangaba; - regime tectônico extensional, de direção geral E-W, no Holoceno, gerando falhas normais e a reativação de antigas estruturas com direções NNW-NNE; - regime compressivo E-W, atual, afetando antigas zonas de fraqueza, com a geração de juntas conjugadas de cisalhamento e reativando falhas com caráter normal. Complementando o estudo, foram executados perfis cintilométricos em sedimentos do Membro Rio Pararangaba, os quais mostraram valores cintilométricos anômalos decorrentes da concentração de monazitas.