Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1998 |
Autor(a) principal: |
Lima Filho, Mario Ferreira de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-03092013-090232/
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Resumo: |
A Bacia Pernambuco é uma bacia marginal atlântica localizada entre o Lineamento Pernambuco, seu limite norte, e o Alto de Maragogi-Barreiros, seu limite sul. O Limite oeste da bacia é dominado por rochas graníticas, gnaíssicas e migmatitos do Maciço Pernambuco/Alagoas. São identificadas três direções principais de falhas e fraturas: E-W, NW-SE e NE-SW. O sistema de falhas NE é composto por subsistemas com atividades progressivas desde a separação dos dois continentes até sua fase tardia, com a deposição da Formação Estivas. Os grandes falhamentos E-W, que, praticamente, são os seus limites, as falhas horizontais NW-SE do embasamento; e as falhas de gravidade na direção NE-SW. O esforço que gerou a bacia, tem direção NW-SE. Esse esforço ocasionou uma série de grabens extensionais segundo a direção NE-SW, escalonado em direção à plataforma. O Lineamento Pernambuco atuou como uma zona de transferência, separando duas bacias com histórias deposicionais distintas: a Bacia Pernambuco e Bacia Paraíba. A Bacia Pernambuco possui dois grabens, na verdade dois semi-grabens, separados por um alto estrutural. O semi-graben interno composto pelo Baixo de Piedade e o Baixo do Cupe, e o semi-graben externo. A Formação do cabo é a primeira sequência sedimentar a ser depositada na bacia sobre os riolitos da Suíte Vulcânica de Ipojuca. Representa uma série de ciclos deposicionais desenvolvidos em ambiente continental semi-árido, através de leques aluviais subaéreos e subaquosos, mergulhando num lago. Ela é caramente subdividida, estando cada qual depositada em ambientes deposicionais distintos. A facies proximal (\'KC IND.1\' é restrita à borda da bacia, sendo formada esssencialmente por conglomerados polimíticos grossos e desorganizados, praticamente desprovidos de matriz, depositados na forma de fluxos detríticos coesos em nível de lago raso. A facies mediana do leque aluvial (\'KC IND.2\') foi depositada por correntes em lençol (sheet flow) num fluxo hiperconcentrado. A facies distal do leque (\'KC IND 3\') é representada por ritmitos, compostos por argila e arenito arcosiano médio a fino. Possui estratificações plano - paralelas, cruzadas, cavalgantes, tabulares e feições deformacionais, como resultado dos sedimentos mais finos que chegavam ao lago, mostrando-se por vezes bioturbados. Essa facies possui horizontes de folhelhos negros de ambientes anóxicos, que progradam sobre os leques devido à subida do nível do lago; trato de lago profundo. A evolução desse sistema pode ser compreendida através do empilhamento dessas facies. Os ciclos iniciam-se pela deposição dos conglomerados, indicando um soerguimento da área fonte, associado à sazonalidade, com enxurradas esporádicas que permitiram a deposição dos arenitos arcoseanos na parte mediana, terminando pela deposição dos sedimentos finos num lago tectônico. A Formação Cabo demonstra variações de espessura em subsuperfície que estão claramente relacionadas as falhas de borda da bacia. A Formação Estiva, sobreposta à Formação Cabo, mostra as primeiras ingressões marinhas dentro da bacia, num total de, pelo menos, 3 ciclos T-R. O primeiro ciclo, no mínimo, é de idade albiana, e o segundo e terceiro são de idade cenomaniana até santoniana. O ambiente deposicional da Formação Estiva é típico de Planície de Maré. São identificados os subambientes de plataforma rasa, inframaré e supramaré. Os dados de poços e campo sugerem que o vulcanismo Ipojuca está intimamente associado com os sedimentos clásticos e não-clásticos da bacia, formando sills, diques, lacólitos, etc. A presença de ignimbritos, púmice e rochas vulcanoclásticas sugere um vulcanismo explosivo. As intercalações com rochas carbonátoicas e fluxos piroclásticos subaquosos sugerem evidências de processos, predominantemente, de vulcanismo subaquático. A Formação Algodoais tem sua deposição em ambiente de leques aluviais continentais, resultante do tectonismo pós-turoniano, o qual provocou o retrabalhamento das rochas vulcânicas e dos clásticos da Formação Cabo. Duas unidades informais podem ser subdivididas dentro da Formação Algodoais: uma unidade basal (água Fria) e uma superior (Tiriri). São identificados na Bacia Pernambuco seis eventos de grande magnitude intimamente relacionados a sua evolução: Evento Magmático Inicial - Esse evento ainda assume um caráter especulativo, face à não datação, ainda, das rochas vulcânicas envolvidas. Porém, as relações de campo nos mostram que a base da Formação Cabo, principalmente na parte emersa da bacia, é composta essencialmente por riolitos. Evento Rifteamento - Esse evento representa a época da deposição dos conglomerados sin-tectônicos da bacia. Evento Transgressivo - Esse evento é marcado pela deposição de carbonatos. Uma rápida inundação é responsável pela deposição de folhelhos pretos anóxicos na base do calcário Estiva. Transgressivo - Esse evento é marcado pela deposição de carbonatos. Uma rápida inundação é responsável pela deposição de folhelhos pretos anóxicos na base do calcário Estiva. Evento Magmático Básico - As relações de campo mostram um fenômeno magmático de grande expressão, essencialmente básico (basaltos e diabásio), que corta os riolitos da base, a Formação Cabo e a Formação Estiva; Evento Tectônico - Na Bacia Pernambuco, verifica-se um forte tectonismo posterior ao magmatismo do evento anterior, pois atinge as rochas vulcânicas, principalmente o basalto, gerando uma série de grabens e horsts, criando, assim, espaço para a deposição dos sedimentos da Formação Algodoais, e o Evento Magmático Ácido - No topo da Formação Algodoais existe uma mancha sedimentar esbranquiçada, formando colunas sextavadas já caulinizadas. Quanto a presença de hidrocarbonetos, a Bacia Pernambuco tem características estratigráficas, sedimentares e estruturais semelhantes as demais bacias marginais brasileiras onde ocorrem óleo e gás. |