Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
Feder, Renato |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12140/tde-18082022-110908/
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Resumo: |
O economista Edward P. Lazear sugere um modelo de pagamento por produção semelhante ao sistema de remuneração do taxista de frota. Nesse sistema, o motorista paga um aluguel pela utilização do automóvel e retém toda a receita obtida com seu trabalho. As três principais vantagens desse modelo são: a eliminação do estímulo à fraude por parte do trabalhador, o estímulo para a maximização do nível de esforço e a seleção adversa. Sobre a primeira, a firma impossibilitada de controlar o resultado gerado por cada motorista paga a ele 100% de sua comissão. Caso o motorista tivesse que dividir sua receita com a empresa, teria um estímulo para fraudar a companhia de táxis, dirigindo, por exemplo, com o taxímetro desligado e dividindo esse benefício com o passageiro. A segunda vantagem consiste no fato que o motorista tem maior estímulo para realizar esforço, porque depois de pagar o aluguel á companhia, fica com toda a receita que gerar com seu táxi. Nesse sistema, o lucro da companhia não viria de uma porcentagem do resultado gerado pelos seus trabalhadores, mas sim de um aluguel que é cobrado pela utilização de seus equipamentos. Sobre a terceira razão, evita-se que trabalhadores pouco produtivos escolham firmas com esse tipo de remuneração para trabalhar porque, nesses casos, eles incorreriam no risco de não gerar resultado suficiente para pagar o aluguel. Por isso, a empresa fica menos sujeita a selecionar funcionários adversamente aos seus interesses. O modelo de regressão do táxi proposto por Lazear estima o impacto que o resultado gerado por um trabalhador exerce em seu salário. A hipótese do modelo define que o coeficiente da variável independente resultado gerado possua valor estimado igual a 1. Isso significa que para cada R$ 1,00 adicional gerado pelo trabalhador, ele receba como salário a mesma proporção, ou 100% do resultado marginal gerado. Essa dissertação verificou se uma empresa brasileira usa o modelo do táxi para remunerar seus empregados. A empresa oferece remuneração variável em três de suas áreas em que o resultado gerado por empregado é de fácil remuneração. Esta hipótese é testada utilizando-se dados reais de salários e resultados gerados num painel com 684 observações. O resultado estimado com as regressões rejeitou a hipótese de que a empresa utiliza o modelo do táxi porque os coeficientes estimados foram estatisticamente diferentes de 1. Os principais motivos que justificam o fato da empresa apresentar resultados divergentes ao do modelo do táxi são baseados nas diferentes condições de trabalho que ela apresenta em relação a companhia de taxis. Devido a estrutura da empresa, a receita gerada segue do cliente diretamente para ela, minimizando a probabilidade de fraude por parte do trabalhador. Além disso, é possível monitorar o esforço do empregado durante o tempo em que ele permanece no local de trabalho. Seu estímulo para realizar esforço provém tanto da remuneração, como do risco de ser demitido caso não realize o mínimo exigido pela empresa. Ainda são indicadas algumas áreas para realização de novas pesquisas. Seria possível comparar, por exemplo, a relação entre lucratividade e o coeficiente de comissão utilizado pelas empresas. |