Poética para além da vida: cidade morta e noiva morta. Diálogos estéticos entre Alphonsus de Guimaraens e Georges Rodenbach

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Leão, Nadia Cotrim Sauer
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-08082016-095403/
Resumo: A dissertação traz uma aproximação entre os poetas simbolistas Alphonsus de Guimaraens e Georges Rodenbach por meio da análise dos temas da cidade morta e da noiva morta. Inicialmente, é feita uma leitura panorâmica da obra em verso e prosa do poeta mineiro, em que se pontua a discussão acerca da religiosidade em sua produção, a fim de mostrar que a presença desse tema está a serviço de um projeto estético consciente e contribui com a criação de uma atmosfera de mistério comum às cidades mortas e de devoção à amada morta, da mesma forma como ocorre no romance Bruges-la-morte. Nesse romance de Georges Rodenbach, a cidade morta aparece como uma espécie de entidade mística, e sua imagem confunde-se com a imagem da mulher morta, num jogo de espelhamentos. Baseado, em especial, no conceito de espelhamento de Starobinski, este estudo pôde evidenciar nas obras de Alphonsus e Rodenbach a percepção das cidades como estados de alma e a imagem da noiva morta como consequência dessa condição anímica. Essa proximidade entre as obras dos dois autores é evidência de como Alphonsus poderia ter se apropriado de temas advindos da obra de Rodenbach, da qual ele era leitor. Isso deixa em aberto a possibilidade de certos temas conhecidos da obra de Alphonsus, normalmente associados à sua vida pessoal, advirem da influência que sofreu das tendências a ele contemporâneas da poesia e prosa europeia.