O oratório poético de Alphonsus de Guimaraens : uma leitura do Setenário das Dores de Nossa Senhora

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Eduardo Horta Nassif Veras
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/ECAP-7NWF4V
Resumo: Este trabalho propõe uma associação entre a arquitetura de Setenário das Dores de Nossa Senhora, de Alphonsus de Guimaraens, e a forma do oratório musical. Mais que uma coleção de poemas, essa obra apresenta uma estrutura significativa. Dessa forma, tanto a estruturação das partes - sete capítulos emoldurados por duas composições: uma de abertura e outra de encerramento - quanto a configuração discursiva dos poemas são analisados na dissertação. Marcado pela ânsia mística de vivenciar as Dores de Maria e pelo reconhecimento da insuficiência da linguagem, o comportamento do sujeito poético ora se identifica ao gênero recitativo, ora ao gênero ária. Em alguns momentos, o foco se desliga da narrativa bíblica e se volta para o próprio sujeito poético, que, então, reconhece-se incapaz de vivenciar poeticamente as Dores de Nossa Senhora. Essa situação ambivalente empresta à obra um caráter melancólico, que é pensado, neste trabalho, à luz das reflexões de Sigmund Freud e Giorgio Agamben. A estrutura da obra e o comportamento da voz poética são, finalmente, interpretados como um retrato da condição do poeta simbolista, caracterizada pelo conflito insolúvel entre a busca pela vivência poética do Mistério e o reconhecimento da precariedade da linguagem.