Caracterização das células NG2-glia durante o curso temporal de lesão nigroestriatal dopaminérgica em camundongos hemiparkinsonianos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Vanderlei, Leonardo Calaça Arruda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17134/tde-03012023-123841/
Resumo: A doença de Parkinson (DP) é a segunda doença neurodegenerativa mais comum para o ser humano. A etiologia dessa síndrome é desconhecida, embora a neuroinflamação seja um fator que contribui para a neurodegeneração dos neurônios dopaminérgicos na substância negra compacta (SNc). As células da glia, principalmente a microglia, e os astrócitos mantêm a homeostase imunológica no cérebro por meio de uma complexa comunicação. As células NG2-glia (Neuron/Glia antigen 2) sugeridas sugeridas como reguladoras negativas da neuroinflamação no cérebro. Hipotetizamos que modificações na morfologia e na expressão das células NG2-gliais podem ocorrer ao longo da evolução temporal da degeneração dos neurônios dopaminérgicos. O objetivo deste estudo foi caracterizar no cérebro de camundongos a expressão e morfologia das células NG2-glia após a lesão unilateral de neurônios dopaminérgicos induzida pela microinjeção da neurotoxina 6-hidroxidopamina (6-OHDA). Camundongos adultos machos C57Bl/6 foram anestesiados e colocados no aparelho estereotáxico sendo a 6-OHDA (2,5mg/mL) foi administrada no estriado esquerdo. Os animais do grupo Sham receberam microinjeção do veículo. Grupos independentes foram eutanasiados 1, 3, 7 e 21 dias após a indução da lesão. Antes da eutanásia (60 minutos) os animais foram submetidos (5 minutos) a teste motor. O cérebro foi retirado e fixado em solução de Somogyi, crioprotegido em sacarose 30% e posteriormente congelado rapidamente (-40ºC). Seções coronais foram cortadas usando micrótomo de congelamento. Análises imunohistoquímicas foram realizadas para a enzima tirosina hidroxilase (TH), GFAP (marcador de astrócitos), Iba-1 (marcador de microglia) e NG2 (Neuron/Glia antigen 2). Imagens digitais foram analisadas usando o software ImageJ. Foi observada diminuição da imunorretividade para TH no estriado desde o primeiro dia com rápida progressão até o 21º dia. Na SNc houve diminuição da imunorretividade da TH após 3 dias. Os resultados mostraram a redução dos movimentos verticais e horizontais 1, 3 e 7 dias pós-lesão. Observamos aumento no número de células NG2-glia no estriado e núcleo septal lateral 1 e 3 dias após lesão . Morfologicamente as células NG2-glia mostraram alterações no estriado desde o primeiro dia até o 21º dia. Em contraste, a lesão nigroestriatal no estriado mostrou aumento de células microgliais reativas, aos 3 e 7 dias. Esses resultados confirmam os dados da literatura sobre a curva temporal de perda dos terminais dopaminérgicos e a cinética de \"ativação\" nas células da micróglia. Em conclusão, 1 - A lesão pela neurotoxina 6-OHDA induziu no estriado aumento da imunorretividade para as células NG2-glia aos 1 e 3 dias após a microinjeção; 2 - estas células apresentaram fenótipo que indica um estado de ativação; 3 - O perfil pós-lesão apresentado pelas células NG2-glia sugere papel no processo de degeneração nos neurônios copaminérgicos.