\"Os sertões\" e a história do pensamento geográfico: a autonomização e formação do trabalho no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Esquioga, Caio Martins Homem
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-29072020-201233/
Resumo: Esta pesquisa é um estudo sobre o livro \"Os Sertões\" de Euclides da Cunha, e como a partir deste foi possível discutir algumas questões como: raça, modernização, autonomização do capital e a formação do trabalho no Brasil. A partir dos temas abordados por Euclides da Cunha foi possível relacioná-lo aos autores considerados da \"Geografia Clássica\" como Friedrich Ratzel e Paul Vidal de La Blache, não só o contexto histórico dos autores era o mesmo como também suas concepções cientificas, raciais e os ideais nacionais. Apesar de todos partirem da ideia de uma superioridade racial europeia, os autores apresentam divergências nos estudos sobre a raça, o que parece ser decorrência dos desígnios imperialistas tanto de Ratzel como de La Blache. Neste sentido é importante ressaltar que esta pesquisa tem como objetivo desnaturalizar os discursos que entendem esta mediação social como um desenvolvimento da técnica humana, e como estas concepções são tributárias de uma ciência que se constitui a partir das ciências naturais. Desta forma foi possível construir uma argumentação que nega tanto a ideia de uma ciência neutra como a do surgimento da nação enquanto processo evolutivo do \"humano\", ambas fazem parte de um determinado contexto histórico e ao partirem da premissa da neutralidade, naturalizam uma forma social que só é capaz de se reproduzir a partir da violência.