Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Rosa, Leandro Amorim |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-18122013-171422/
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Resumo: |
Os estudos situados no campo de intersecção entre a psicologia e a política têm contribuído de forma significativa para a investigação de diversos fenômenos ligados ao comportamento político. Entre os principais temas abordados nesse campo interdisciplinar, está presente a participação política. Os referenciais que abordam tal temática, via de regra, têm privilegiado os processos e os fatores implicados na participação política. A presente pesquisa teve como foco de interesse compreender esse fenômeno partindo das perspectivas dos sujeitos e das tensões por eles vivenciadas. A partir do referencial vigotskiano, em articulação com a teoria gramsciana, objetivou-se estudar os sentidos e os significados atribuídos à participação política por sujeitos do setor de educação de um assentamento rural vinculado ao MST. A práxis política, ação intencional que visa a intervenção no homem enquanto ser social, é a categoria central do trabalho. Ela é entendida aqui como imersa em uma realidade social e política gramsciana e orientada a partir de uma subjetividade vigotskiana. Segundo o referencial aqui adotado, a constituição do sujeito é perpassada a todo o momento pelas relações sociais nas quais ele está inserido, ou seja, as tensões presentes no campo social e econômico também se manifestam no campo da subjetividade, na organização do seu drama subjetivo. Participaram da pesquisa quatro sujeitos adultos. Foram priorizados como participantes os envolvidos com as atividades de educação de crianças e jovens no assentamento. O corpus empírico foi construído por meio de duas entrevistas individuais com cada participante e observações de atividades que envolviam o setor de educação do assentamento. As informações obtidas por esses dois instrumentos foram articuladas durante a análise. A análise foi elaborada a partir da construção de categorias baseadas nas entrevistas e nos referenciais teóricos. Foram realizadas análises individuais e uma análise transversal com o intuito de abordar elementos comuns aos quatro sujeitos. Os principais conceitos que orientaram o olhar para o corpus empírico foram: práxis política, sentido, drama e senso comum. Evidencia-se que a práxis política deve ser entendida como um processo em constante movimento e transformação, relacionado a dimensões diversas: gerais e específicas; objetivas e subjetivas; cognitivas e afetivas. Além disso, o entendimento da práxis política não pode se limitar somente à participação no movimento social, mas deve abranger vivências nos diferentes campos da vida dos sujeitos: família, religião, trabalho, etc. Os papéis desempenhados nesses diferentes campos se entrelaçam com o papel de militante. Os sujeitos demonstram passar por contínuos processos de mudança relacionados à práxis política. Destacam-se aqui mudanças ligadas aos seus sentidos, aos seus dramas subjetivos e ao senso comum. Tais mudanças são apenas possíveis a partir das contradições e potenciais críticos presentes na própria subjetividade dos participantes. Por fim, defende-se a importância de se entender a práxis política dos sujeitos enquanto processo concreto sempre manifestado a partir de um contexto específico e um projeto/objetivo determinado. |