Psicologia comunitária e movimentos sociais: juventude, participação política e enfrentamento de formas de desenraizamento em Comunas do MST

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva, Danilo de Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
MST
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-07102016-172321/
Resumo: As observações realizadas durante o projeto Psicologia comunitária e educação popular: um estudo das possíveis articulações nas práticas dos movimentos sociais, financiado pelo Programa Ensinar com Pesquisa, levantaram elementos para a discussão sobre os sofrimentos provocados pelo desenraizamento em jovens dos assentamentos do MST. Ao longo de nossa participação nas atividades do Movimento, observamos que os jovens dos assentamentos da Regional Grande São Paulo do MST enfrentavam diversos obstáculos ao seu pertencimento no lugar onde moram, tais como o sentimento de que quando viviam acampados os moradores eram mais unidos; a busca por espaços de convivência e socialização, bem como a busca por acesso aos centros urbanos; e os vários preconceitos e discriminações sofridos no bairro e na escola. Por isso, este projeto discute algumas das formas de resistências manifestadas pelos jovens em relação aos sofrimentos que vivem e em que medida os espaços de pertencimento ligados ao movimento sustentam experiências de elaboração de sofrimentos como o desenraizamento e a humilhação social. Para cumprir este objetivo, abordamos as articulações teóricas entre psicologia comunitária e educação popular, refletindo sobre as formas de apoio desenvolvidas pelos psicólogos aos movimentos sociais, cujas práticas são orientadas por um horizonte emancipatório, e continuamos participando de atividades do Movimento, de oficinas com os jovens assentados. Além disso, recolhemos histórias de vida de cinco jovens participantes do MST na regional grande São Paulo. Observamos, a partir das entrevistas e da participação nas atividades do Movimento e nas oficinas, que as diferentes formas de participação nas comunas deixam nos jovens assentados marcas pelas quais é possível reconhecer a importância do Movimento em suas vidas. Os relatos guardam boas lembranças da infância em meio à precariedade dos acampamentos e mostram como os jovens não são passivos as manifestações de desrespeito por eles sofridas, reagindo às violências morais e físicas que vivem em seu cotidiano, seja, por exemplo, na busca do diálogo com a diretoria de uma escola que frequentam ou se unindo e confrontando a violência que sofrem. Compreendemos que o apontamento dessas formas de resistência contribui para a militância fortalecer a participação política desses jovens no Movimento. Esse fortalecimento, por sua vez, contribui na construção da autonomia dos jovens assentados, construída na participação em uma coletividade e que se realiza no reconhecimento de que dependemos uns dos outros, uma dependência que não é subserviência ou submissão, mas reconhecimento de que a nossa humanidade depende do reconhecimento mútuo da humanidade no outro, ou seja, a experiência compartilhada de enraizamento