Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Mota, Bento Machado |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-01032023-190137/
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Resumo: |
Esta tese tem o objetivo de reconstituir os debates em torno da ignorância invencível dos indígenas do Brasil a partir da obra de Antônio Vieira. Este conceito medieval foi utilizado para definir aqueles que jamais haviam ouvido a palavra de Deus e não teriam condições de superar este desconhecimento. No último livro - não finalizado - de Vieira, intitulado Clavis Prophetarum, o jesuíta português lançou uma série de teses importantes a partir desse conceito, para defender que muitos povos do Novo Mundo, em geral, e dos indígenas brasileiros, em específico, não poderiam ser condenados. A partir desse livro, pretendemos reconstituir o amplo debate em torno da aplicação desta categoria entre teólogos e missionários que atuaram na América do sul e na Europa. Ao examiná-los, nossa proposta será a de entender como a associação da maior parte desses autores à linha de pensamento associada ao molinismo e ao probabilismo moral construiu uma nova ideia de ignorância invencível a partir da qual se sustentou que os povos que ignoravam totalmente a Deus não poderiam cometer nenhum pecado mortal, sendo impossível que fossem condenados. Também estudaremos como tais missionários e teólogos discutiram os indígenas do Brasil como exemplo do único povo no mundo que não teria nenhum tipo de sentimento religioso, tema praticamente inédito na historiografia. Dessa maneira, pretendemos reconstituir o debate em torno da ignorância invencível desde as suas primeiras discussões e aplicações para os indígenas americanos (1535), até as desventuras em torno da publicação da obra da Clavis Prophetarum (1719). |