Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Bispo, Lucas Jairo Cervantes
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Orientador(a): |
Rolla, Giovanni |
Banca de defesa: |
Rolla, Giovanni,
Lopes, Arthur Viana,
Luz, Alexandre Meyer |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Filosofia (PPGF)
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Departamento: |
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39499
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Resumo: |
Neste trabalho discuto a natureza da ignorância proposicional, a possibilidade não-factiva desse tipo de ignorância e a aplicabilidade dessa análise em alguns tópicos da epistemologia analítica. Minha pretensão é de, primeiramente, apresentar uma introdução a discussão entre duas alternativas relevantes que disputam a definição da ignorância, quais sejam, a Concepção Padrão e a Concepção Nova. Para a primeira, ignorância é ausência de conhecimento; para a segunda, ausência de crença verdadeira. Considerando essa divergência, cada uma dessas alternativas será exposta tendo em vista como definem a ignorância e as condições específicas para a ignorância proposicional. Além disso, uma contraposição entre ambas as concepções referentes à ignorância proposicional será brevemente apresentada a partir de alguns tópicos presentes no debate atual. Em segundo lugar, pretendo apontar que, diferentemente de como essas concepções de ignorância têm pressuposto, a ignorância proposicional não se reduz a estrutura “S é ignorante que P” ou variantes semelhantes a esta estrutura. Ao lerem a ignorância proposicional reduzida em termos de “S é ignorante que P”, essas concepções não fazem a melhor análise da ignorância proposicional. Isto porque, por um lado, geram um problema que se refere a uma possibilidade pouco trabalhada. Trata-se da possibilidade da ignorância não-factiva e o problema, como será mostrado, é que nessa redução há boas razões tanto para afirmar como para negar essa possibilidade. Isso se constitui, no mínimo, como uma tensão relevante que pode comprometer essas concepções e as análises realizadas a partir delas. Por outro lado, essa redução exclui ao menos um sentido geral e não necessariamente factivo de ignorância proposicional, o que nos priva de uma análise mais adequada da ignorância e de outros temas relacionados. Tendo esse problema e os seus desdobramentos em vista, apontarei para uma hipótese que tem o potencial de dissolvê-lo a partir da reformulação de como compreendemos a ignorância proposicional. Além disso, essa reformulação herda as vantagens das posições a favor ou contra a possibilidade da ignorância não-factiva e supera as objeções levantadas contra elas. Somado a isto, por fim, essa análise reformulada da ignorância proposicional será aplicada a alguns tópicos relevantes da epistemologia analítica que se relacionam essencialmente com a ignorância, mas que não tem sido suficientemente debatidos nessa relação com a ignorância, quais sejam, a educação, a suspensão do juízo e a investigação. Nessa aplicação, estarei mirando um maior esclarecimento dessas relações e mostrar que são outras formas de indica que a reformulação proposta é adequada. Com isso, este trabalho visa, de maneira singela, contribuir com a difusão em língua portuguesa de uma discussão recente, mas em crescimento na epistemologia analítica, também como com o desenvolvimento teórico nessa área. |