Investigações sobre a ignorância humana: uma introdução aos estudos da ignorância, acompanhada de um exame sociológico sobre a persistência da homeopatia e a consolidação do masculinismo ontem e hoje

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Barbara, Lenin Bicudo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-25022019-111051/
Resumo: As investigações aqui reunidas se encaixam nos âmbitos da sociologia cognitiva e, em menor medida, da sociologia da cultura. Seu objetivo principal é organizar e esclarecer alguns dos pro-blemas básicos colocados para o estudo sociológico da ignorância humana. Para alcançar esse objetivo, começo com uma discussão de ordem conceitual sobre a ignorância, encarando a ques-tão ontológica a respeito do que ela é, assim como a questão metodológica a respeito de como melhor apreendê-la de uma perspectiva sociológica. Esse passo ocupa a primeira parte da tese, e tais questões são enfrentadas mediante um diálogo crítico com a literatura disponível sobre a ignorância nas áreas da sociologia e da epistemologia. Na segunda parte da tese, busco pôr em movimento tais discussões teóricas, por meio de duas investigações empíricas ou estudos de caso independentes uma da outra. Tais investigações se baseiam em um amplo levantamento documental, centrado em duas diferentes correntes culturais, como prefiro chamá-las: a home-opatia e o masculinismo. O que justifica tomá-las como tópicos de um estudo sobre a ignorância humana é a circunstância de que, para que a homeopatia e o masculinismo sigam existindo como doutrinas \"vivas\" em torno das quais indivíduos diferentes se associam e que de fato orientam as tomadas de decisão de inúmeras pessoas que nelas tomam parte , é preciso que se perpetue a ignorância de certos fatos passíveis de serem conhecidos com alguma facilidade, no contexto atual. Espero que, ao escrutinar, em contexto, esses dois sistemas de crença am-bos insustentáveis, à luz do estoque de conhecimento hoje à nossa disposição , avancemos na compreensão da lógica interna da ignorância e de seu condicionamento social, em particular quando o que está em jogo é a persistência das más ideias; além disso, também espero que as investigações aqui apresentadas lancem alguma luz sobre os limites da abordagem sociológica da ignorância e de outros fenômenos cognitivos aparentados a ela.