Treinamento físico como tratamento para atenuar a perda óssea em mulheres submetidas à derivação gástrica em Y de Roux: um estudo clínico randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Murai, Igor Hisashi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39135/tde-06082019-103143/
Resumo: A cirurgia bariátrica é o tratamento de primeira escolha para a obesidade mórbida, uma vez que o tratamento clínico convencional apresenta baixa eficácia em produzir uma perda de peso significativa e, consequentemente, melhorar as comorbidades associadas à essa condição clínica. Contudo, estudos demonstram uma perda óssea relevante induzida pela cirurgia bariátrica, a qual pode aumentar o risco de fraturas em longo prazo. Diante disso, este estudo clínico randomizado teve como objetivo investigar os efeitos do treinamento físico sobre a saúde óssea em mulheres submetidas à cirurgia bariátrica pela técnica de derivação gástrica em Y de Roux. Antes da intervenção cirúrgica, as pacientes realizaram avaliações de diversos parâmetros ósseos e capacidade física, e foram alocadas aleatoriamente nos grupos treinamento físico (RYGB+TF) ou tratamento convencional (RYGB). Três meses após a cirurgia, ambos os grupos foram reavaliados e iniciaram os tratamentos com duração de 6 meses. Nove meses após o início do estudo, as pacientes efetuaram novamente todas as avaliações. Os resultados demonstram que a cirurgia bariátrica reduziu significantemente o peso corporal, IMC, porcentagem de gordura, tecido adiposo visceral e massa magra (P<0,001 para todas as variáveis) em ambos os grupos. O procedimento cirúrgico induziu uma perda significante na densidade mineral óssea areal (aDMO) do fêmur total, colo de fêmur, rádio distal e corpo total nos dois grupos (P<0,001 para todos os parâmetros). Constatou-se aumentos significantes dos marcadores de remodelação óssea CTX e P1NP, bem como das proteínas esclerostina e osteopontina (P<0,05 para todos os marcadores) após a intervenção cirúrgica nos grupos RYGB e RYGB+TF. A cirurgia acarretou efeitos deletérios sobre alguns parâmetros da microarquitetura do rádio distal das pacientes, tais como a redução na espessura cortical (Ct.Th) (P=0,001) e o aumento da porosidade cortical (Ct.Po) (P=0,009). A capacidade física e funcionalidade de ambos os grupos foram negativamente afetadas pela cirurgia (P<0,001 para todas as variáveis). De modo importante, o treinamento físico mitigou a redução percentual da aDMO do fêmur total (P=0,009), colo de fêmur (P=0,007), rádio distal (P=0,038) e massa magra (P=0,048) em comparação ao tratamento convencional. Atenuações significantes ocasionadas pelo treinamento físico foram observadas para o CTX (P=0,002), P1NP (P=0,024) e esclerostina (P=0,046). O grupo RYGB+TF experimentou uma menor redução percentual da densidade mineral óssea volumétrica cortical (Ct.vDMO) do rádio distal em comparação ao grupo RYGB (P=0,024). As pacientes expostas ao treinamento físico melhoraram significantemente a força muscular de membros superiores (P=0,002) e inferiores (P<0,001), bem como desempenharam melhor os testes funcionais de Sentar e Levantar (P<0,001) e Timed Up and Go (P=0,007) em relação às pacientes que receberam o tratamento convencional. Diante desses achados, concluímos que o treinamento físico supervisionado com duração de 6 meses foi eficaz em atenuar a redução induzida pela cirurgia bariátrica dos parâmetros relacionados à saúde óssea de mulheres, bem como melhorar a capacidade física e funcionalidade desta população