Questão de gosto: o discurso da arte no jornalismo cultural impresso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Keri, Natalia Favrin
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27152/tde-12012016-112723/
Resumo: A pesquisa levanta os discursos construídos pelos jornais diários sobre artes visuais, de forma a verificar quais representações são empregadas ao abordar este tipo de produção cultural. Por meio da análise do discurso, debruça-se sobre textos publicados pela Ilustrada, da Folha de S. Paulo, e Segundo Caderno, de O Globo. Desta forma, procura estudar a confluência entre os campos comunicacional e estético nos dias atuais, com investigação sobre os fenômenos da construção do gosto. Como resultado, mapeia posições e processos em vigência no campo artístico, delimitando os habitus de artistas curadores e críticos, a estrutura interna do campo, com seus mecanismos de legitimação, além da relação do artístico com os campos econômico e político. Com isso, aponta implicações desta configuração para o ambiente cultural atual, em especial na formação do gosto de jornalistas e de seu público. O presente trabalho identificou para o jornalismo impresso diário analisado um papel de síntese de segunda instância para um público que se posiciona em espaços fronteiriços do campo artístico. Seu papel é arranjar um conjunto de representações de origem artística, crítica, historiográfica e teórica de forma a amparar um grupo de práticas sociais de aquisição de capital cultural. Depreende-se desta postura discursiva que o autor-jornalista procura legitimar-se enquanto par do campo artístico, para um público que também se quer afirmar portador de um capital cultural elevado. Ao escrever o que deve ser visto e sentido, o autor-jornalista responde a uma necessidade do público por legitimação e inserção, ao mesmo tempo em que desbota possíveis tensões e deslocamentos causados pelo contato com a arte.