Os Concertouvertures de Georg Philipp Telemann: um estudo dos gostos reunidos segundo as preceptivas setecentistas de estilo e gosto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Paoliello, Noara de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27157/tde-14122011-225717/
Resumo: A presente pesquisa se concentra na recuperação da acepção setecentista dos conceitos de estilo e de gosto na música. Com base em fontes originais do séc. XVIII, mostra como a idéia de gosto veio a se associar à de estilo no decorrer do século XVIII, passando a constituir a base de termos como gostos reunidos e estilo galante, comumente relacionados à música de Georg Philipp Telemann (1681-1767). Este estudo aborda os estilos e gostos adotados por Telemann a partir de uma perspectiva histórica e, para tanto, utiliza as retóricas clássicas, nas quais se apoiaram os autores setecentistas; os tratados sobre gosto dos séc. XVII e XVIII; as poéticas musicais setecentistas; e as autobiografias de Telemann (de 1718 e 1740). Deste modo, propomos o estudo de ambos os conceitos não apenas a partir de sua perspectiva técnica ou nacional, mas recuperando sua função dentro do contexto da elocutio retórica, envolvendo a idéia de decoro. Nas fontes setecentistas, o uso destes termos se relaciona com os sistemas de adequação entre as diferentes maneiras de escrita em relação à ocasião e ao gosto nacional, ambos regulados pelo decoro. Desta forma, estes conceitos constituem aspectos de uma concepção musical única, que pode ser melhor compreendida a partir da perspectiva dupla do gosto e do estilo. No séc. XVIII, o gosto regulava as maneiras de compor, formando estilos próprios de um determinado grupo, país, ou auctoritas. Os dois principais parâmetros de gosto normativos do período são a música francesa e a italiana. Deste modo, a partir da imitação e do estudo dos modelos estrangeiros formou-se a prática denominada gostos reunidos - mencionada nos escritos setecentistas alemães como gemischten Goût, vermischter Geschmack e Gosto Alemão. Deste processo de imitação, onde tomar algo como modelo não se refere a uma cópia do discurso, mas sim à aprendizagem e exercitação de como tratar tecnicamente um material de origens diversas a fim de gerar algo novo, surge um novo gênero, denominado por Telemann e seus contemporâneos como Concert en Ouverture, ou Concertouverture.