Pré-jornalismo: operações de tempo e narrativa nas reportagens das Grandes Navegações

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Comerlato, Eduardo
Orientador(a): Henn, Ronaldo César
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação
Departamento: Escola da Indústria Criativa
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/9754
Resumo: Para entender melhor as origens e as essências das narrativas jornalísticas, o trabalho retorna para o período das Grandes Navegações, quando múltiplos escritos de uma literatura experimental foram feitos sobre a expansão ultramarina europeia nos séculos XV e XVI, especialmente tratando dos descobrimentos do continente americano. Por essa ótica, toma-se os textos de Cristóvão Colombo, Pero Vaz de Caminha e Antonio Pigafetta como manifestações pré-jornalísticas, que contaram o novo e os seus acontecimentos em formas embrionárias de notícias e reportagens, como defendem Maria Cecília Guirado e José Marques de Melo. A ideia também se concentra em analisar como essas narrativas operaram no imaginário com questões temporais, estruturais e simbólicas, aplicando os conceitos filosóficos de Paul Ricoeur sobre nossas reconfigurações de acordo com as práticas comunicacionais, voltando o seu olhar para como o jornalismo, de ontem e de hoje, opera. Com isso, a pesquisa compreende o campo noticioso, mesmo em seu momento prévio, como um produtor de sentidos, conhecimentos e referências, crucial para nossa localização dentro do mundo e em nossa cronologia, tendo a capacidade de sedimentar camadas em nossa memória. Da mesma forma, quer-se promover a narrativa jornalística como um reflexo das relações sociais vigentes em suas épocas, repletas de enquadramentos e pré-concepções miméticas, como o eurocentrismo dentro das representações do Outro na Era dos Descobrimentos, ato que iria encadear no genocídio dos povos nativos da América nos anos seguintes e projetar problemáticas antropológicas que nos rondam até hoje, respingando inclusive na prática da profissão noticiosa que viria a se formar. Assim, se realiza um exercício de retrospecção muito pensado em ajudar na elucidação de nosso presente.