Entre pontes e andaimes, o narrar: exílio, espaço e temporalidade em Mário Benedetti (1996) e Stefan Zweig (1941)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Faccin, Débora
Orientador(a): Cezar, Temistocles Americo Correa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/246532
Resumo: Conversam, neste trabalho, as estruturas narrativas autobiográficas de Stefan Zweig e ficcionais de Mário Benedetti, pontes e andaimes de construções e reconstruções identitárias, exames de apegos íntimos entre sujeitos, espacialidades e temporalidades. Percorrendo o século XX e suas rupturas, as obras aqui abordadas, Andamios, publicada em 1996 por Mário Benedetti e a Autobiografia: o mundo de ontem lançada em 1941 por Stefan Zweig, apontam para a imperiosidade de um tempo que passa e arrasta consigo qualquer coerência antes existente entre os espaços de experiência e os horizontes de expectativa, proporcionando uma historicidade que se releva, sobretudo, dessemelhança. Stefan Zweig, escritor judeu exilado da Áustria nazista, e Mário Benedetti, intelectual exilado da ditadura Uruguaia, nos trazem em suas obras a fragmentação das temporalidades do século, do desterro, e do destempo do exílio. Suas narrativas mostram-se centrais nessa articulação, oportunizam a refiguração das temporalidades disruptivas, a conservação dos lugares e afetividades, a constituição identitária de um eu narrativo, e o comunicar de suas experiências. Partindo da análise dessas narrativas e suas particularidades, abordamos, ao longo do desenvolvimento deste trabalho, a dupla movimentação temporal decorrente das múltiplas mudanças ocorridas ao longo do século XX e do destempo do exílio, suas lacunas entre antes e depois, suas acelerações e disruptividades. Também são centrais em nossa análise, os diálogos entre os espaços, os lugares e o desterro, bem como seu relacionamento com o pertencimento e a recordação. Por fim, trazemos para o debate o experienciar e o narrar traumático, seus testemunhos, silenciamentos e cicatrizes e, assim, entre as temporalidades e as geografias de seus corpos, seus lugares e seus parágrafos, evidenciamos suas historicidades.