A temporalidade da memória no jornalismo cultural

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Cavalcanti, Anna de Carvalho
Orientador(a): Golin, Cida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/211241
Resumo: Esta tese busca compreender de que forma o jornalismo cultural aciona a memória. Os veículos escolhidos são o Nexo Jornal e a revista Cult, dois veículos brasileiros de referência, analisados a partir do total de 158 textos. A amostra selecionada nos orienta sobre a produção do jornalismo de cultura a partir de duas materialidades distintas as quais igualmente apontam para temporalidades diferentes. Buscamos identificar camadas temporais cronológicas no corpus selecionado; sistematizar os enquadramentos jornalísticos de presentificação do passado; formular categorias de apreensão da memória no gênero e circunscrever uma temporalidade específica ao jornalismo cultural. Na produção e análise do corpus, utilizamos a hermenêutica ricoeuriana como recurso, a qual investiga o processo de configuração das experiências temporais da narrativa por meio da tríplice mímesis. Para isso, o aporte teórico de Benjamin e Ricoeur se mostrou, então, fundamental na aplicabilidade do método. Na análise, identificamos três categorias de acionamento da memória: efeméride, crítica e diacronia. A partir delas, vimos que a maior parte do material analisado não depende da vinculação temporal cronológica para ser dotada de relevância. Portanto, conseguimos perceber que as narrativas analisadas remetem a uma forma de temporalidade distinta da mediada eventualmente no jornalismo. O jornalismo cultural, como medium-de-reflexão, atua no sentido de enfatizar uma produção de memória que trabalha contra a tendência informacional, em favor da crítica e da contextualização.