Dispersão de sementes por caprinos em áreas de caatinga

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: SENA, Fernando Henrique de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Biologia
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em Ecologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/5425
Resumo: Os caprinos, especialmente de criação, são comumente apontados como fontes de degradação da vegetação das regiões áridas do planeta, estando associados à redução do recrutamento, do crescimento, distribuição geográfica e capacidade de regeneração da vegetação. No entanto, o seu possível papel como dispersor em ambientes defaunados é negligenciado. Diante disso, este trabalho tem por objetivo geral investigar se esses animais também podem favorecer a dispersão de sementes na Caatinga. O estudo está dividido em duas partes - na primeira foi investigada a capacidade de estabelecimento de plântulas a partir de sementes em fezes de caprinos oriundas de áreas em diferentes distâncias de rios permanentes ou temporários; na segunda parte foi observada efeito na germinação de sementes da espécie endêmica, Spondias tuberosa (umbu), após passagem pelo trato gastrointestinal desses animais. Para o primeiro experimento foram obtidos 263 plântulas de 20 espécies. Houve um maior número de plântulas provenientes de fezes da área próxima a rios permanentes; Não houve diferença estatística quanto à riqueza entre as áreas, sendo a espécie exótica, Prosopis juliflora, a mais representativa. No experimento de oferta de frutos aos caprinos, cerca de 69% das sementes de Spondias tuberosa foram recuperadas. O percentual de germinação foi significativamente maior nas sementes que foram regurgitadas em relação às sementes recolhidas das fezes, controle e escarificadas de forma mecânica. Já o tempo médio, índice de velocidade de germinação e sincronia foi estatisticamente distinto nas sementes do tratamento mecânico. Os resultados mostram que os caprinos podem potencialmente dispersar sementes das plantas que foram ingeridas, no entanto, é imprescindível considerar as espécies que aparecem em suas fezes, visto que muitas delas são exóticas. Fezes amostradas em áreas com maior disponibilidade hídrica apresentaram uma maior abundância de indivíduos, enquanto que a riqueza vegetal não diferiu entre as áreas. A regurgitação das sementes de Spondias tuberosa é responsável pelo aumento significativo do percentual germinativo da espécie, no entanto, por apresentar uma deposição agregada, acaba por diminuir as chances de estabelecimento das sementes do umbu na natureza, não sendo, portanto, um dispersor legítimo.