Dispersão de sementes por formigas ao longo de um gradiente de sucessão secundária na Caatinga

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: OLIVEIRA, Francisca Raimunda de
• Orientador(a): LEAL, Inara Roberta
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso embargado
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia Vegetal
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Florestas tropicais; Plantas da Caatinga; Sementes – Dispersão
• Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/45241

As florestas de todo o globo estão sendo transformadas em áreas de agricultura e pastagem, após alguns anos são abandonadas e encontram-se em processo de sucessão secundária. A expansão significativa de florestas secundárias vem despertando o interesse da comunidade científica em verificar se o processo de sucessão secundária pode recuperar biodiversidade, funções e serviços ecossistêmicos bem como a dispersão de sementes que é um dos processos chave na estrutura dos ecossistemas. Ela é fundamental na história de vida dos organismos por permitir a redução de ataques por predadores ou patógenos de sementes e plântulas, diminuir a competição intraespecífica e possibilitar a colonização de novos habitats. Nesse estudo, investigamos se a qualidade do serviço da dispersão de sementes por formigas muda ao longo de um gradiente de sucessão secundária na Caatinga. O estudo foi conduzido no Parque Nacional do Catimbau, Buíque, PE, em 10 parcelas de 50 m ×20 m estabelecidas em áreas com diferentes idades de abandono após a agricultura de corte e queima (i.e. cronossequência) e mais cinco parcelas de mesmo tamanho em áreas que não sofreram corte da vegetação nos últimos 150 anos (controle). Utilizamos a biomassa de cada parcela como proxy da regeneração da vegetação e avanço da sucessão. Também incluímos a precipitação nos nossos modelos devido a variação entre as parcelas. Em cada parcela oferecemos diásporos de quatro espécies mirmecocóricas e observamos o número de interações, as taxas de remoção e as distâncias de dispersão desses diásporos como medidas da qualidade do serviço de dispersão. Não observamos mudanças nos serviços de dispersão de sementes por formigas com o aumento da biomassa e da precipitação. As taxas de remoção variaram bastante entre as parcelas, mas foram relativamente baixas comparadas com outros estudos em áreas de Caatinga. A distância de remoção, contudo, foi semelhante a outros estudos, e Dinoponera quadriceps, considerada uma dispersora de alta qualidade, esteve presente em todas as parcelas do gradiente sucessional. Nossos achados indicam que o avanço da sucessão na Caatinga não recupera os serviços de dispersão de sementes, sobretudo o número de interações e as taxas de remoção. Esses resultados podem ter implicações negativas para a regeneração de áreas degradadas de Caatinga, uma vez que serviços básicos como a dispersão de sementes não são recuperados com o avanço da sucessão.