Influência de caprinos na regeneração da Caatinga
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Biologia Vegetal |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/45798 |
Resumo: | As práticas da pecuária extensiva nos ecossistemas naturais podem reduzir a capacidade de regeneração da vegetação e induzir ecossistemas a estados permanentes de degradação, especialmente em áreas de florestas secas onde essas práticas são constantes e garantem a subsistência de populações humanas. Esta tese aborda o efeito de caprinos criados extensivamente na Caatinga, o maior bloco de florestas secas da América do Sul, através de um experimento de exclusão destes grandes herbívoros para verificar seu impacto nos mecanismos de regeneração (i.e., banco de sementes e banco de plântulas). O estudo foi realizado em 14 pares de parcelas de 20 m × 20 m, cada par constituído de uma parcela de livre acesso e outra onde os caprinos foram excluídos há cinco anos através de cercas. Os resultados do primeiro manuscrito indicaram um banco de sementes pouco denso (14 sementes/m2), empobrecido taxonomicamente (24 espécies) e de curta duração, não havendo efeito de caprinos nesse mecanismo de regeneração quanto à proporção de sementes viáveis, diversidade alfa ou diversidade beta. Adicionalmente, a sobrevivência observada de plântulas de quatro espécies arbóreas nativas da Caatinga adicionadas experimentalmente nas parcelas de exclusão (68.4%) foi maior que daquelas adicionadas nas parcelas de livre acesso (39%), indicando um efeito mais forte e negativo desses animais sobre plântulas que sobre sementes. O segundo manuscrito reporta, também, um forte efeito negativo dos caprinos sobre plântulas. Acompanhando a dinâmica natural de plântulas de espécies arbóreas ao longo de cinco anos foi verificada uma baixa densidade de regenerantes (0.8 plântulas/m2). Observamos que os caprinos impactam negativamente a assembleia de plântulas, através do aumento da mortalidade (2.3 vezes maior que em áreas de exclusão) e da diminuição da diversidade alfa e beta, embora mudanças no recrutamento de novos indivíduos não tenham sido observadas. Esses resultados indicam que caprinos podem alterar processos de regeneração em florestas secas, diminuindo a capacidade de resiliência principalmente associada ao estabelecimento de plântulas. |