Por que criticam? : etnografia do conflito pela moradia popular em tempo de Copa do Mundo FIFA na cidade de Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Araujo, Gabrielle Oliveira de
Orientador(a): Silva, Marcelo Kunrath
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/116493
Resumo: Esta pesquisa analisa o conflito urbano em torno da realização da Copa do Mundo FIFA 2014 no Brasil. Tal conflito teve inicio no ano de 2010, quando as promessas governamentais em torno de um Projeto de Nação passaram a se materializar em projetos e planos urbanísticos de qualificação da infraestrutura local para a realização do evento esportivo. As reconfigurações políticas, sociais e jurídicas dos processos decisórios estatais provocam um amplo processo de deslocamento compulsório em escala nacional. É a partir desta problemática que um conjunto de organizações plurais passa a se articular na construção de um processo de crítica aos significados e à legitimidade das intervenções estatais para a Copa 2014, dando origem à Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa. Tal conflito se expressa a partir da denúncia das remoções forçadas, as quais dão início a embates públicos acerca do direito à moradia. Deste modo, esta pesquisa acompanha os desdobramentos deste conflito a partir do acompanhamento do ponto de vista e da dinâmica de atuação do Comitê Popular da Copa em Porto Alegre, buscando compreender como se deu a construção e publicização das críticas que fundamentam as diferentes formas de resistência à moradia popular às remoções relacionadas aos projetos da Copa do Mundo 2014 na cidade de Porto Alegre. Ancorando-se numa perspectiva etnográfica da política vivida embasada na abordagem pragmatista, a qual aposta na instabilidade do social e na existência de uma pluralidade de formas de interpretar situações de disputa, objetiva-se deslocar a pesquisa do plano normativo para a ênfase de dinâmicas políticas e de diferentes sentidos mobilizados em torno da moradia para os sujeitos em contextos situados.