O que é ser brasileiro”: formações imaginárias no discurso publicitário da Copa do Mundo 2014

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Soares, Paula Gomes de Farias
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/3982
Resumo: A presente pesquisa tem como objetivo analisar o modo como se constituem efeitos de sentido para os brasileiros em propagandas que circularam na televisão durante o período de uma Copa do Mundo no Brasil, localizada historicamente entre as manifestações contra a corrupção (e contra a própria Copa) e as eleições presidenciais de 2014. Para a constituição do corpus de análise, selecionamos comerciais que utilizaram músicas como recurso publicitário. As propagandas foram separadas em três eixos: governo federal, emissora de TV aberta e patrocinador da seleção brasileira. Nosso corpora então é constituído por três comerciais: “O que é ser brasileiro” do governo federal, o corpus principal, “Somos um só” da Rede Globo e “Mostra tua força, Brasil” do Banco Itaú, o corpus de apoio. A escolha da música como recorte foi feita devido a capacidade que ela possui de causar emoções e até mesmo ações, algo essencial para a propaganda. Além disso, há uma conexão recorrente entre brasilidade e música. Acreditamos que é na junção da música com outras linguagens que se deve encontrar uma direção para seu estudo, pois a música não deve ser vista de maneira isolada, mas na sua combinação com outros elementos (CARDOSO; GOMES; FREITAS, 2010). E ao considerar que "a análise de discurso interessa-se por práticas discursivas de diferentes naturezas: imagem, som, letra etc" (ORLANDI, 2001, p. 28), analisamos as propagandas na convergência de suas materialidades significantes: a imagem (as cenas dos comerciais), letra e som (a música). Assim, trabalhamos com o verbal e não verbal (SOUZA, 2001), utilizando a teoria e metodologia da Análise de Discurso desenvolvida por Michel Pêcheux. Um ponto em comum em todos os comerciais é a criação/reprodução da imagem do brasileiro sempre sorridente, “de bem com a vida, apesar das dificuldades”. Essa imagem aceita pelo senso comum e que a publicidade “retrata”, não está só na nossa memória discursiva, mas também na memória nacional constituindo um Discurso Fundador (ORLANDI, 1993). O “retratar” publicitário é ideológico, pois (re)organiza sentidos e, de acordo com Orlandi (1993, p.7), “o que há é a aparência de controle e de certeza de sentidos porque as práticas sócio-históricas são regidas pelo imaginário, que é político"