Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Borin, Tatiana |
Orientador(a): |
Reppold Filho, Alberto Reinaldo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/163913
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Resumo: |
Porto Alegre foi uma das doze cidades-sedes da Copa do Mundo FIFA 2014. À época da sua candidatura e durante o preparo do evento, muito se divulgou acerca dos prováveis legados que a realização deste megaevento deixaria como retorno à cidade e seus habitantes. Diante disso, passados dois anos do fim da Copa, quisemos avaliar e descrever quais foram os principais impactos que sediar a Copa do Mundo deixou à Porto Alegre e seus (suas) habitantes no âmbito socioeconômico. Para cumprir com tal objetivo, fizemos um estudo de caso com enfoque qualitativo cuja coleta de dados deu-se através de pesquisa documental, entrevistas semiestruturadas, observações e registros de campo. Para compreender como se dá a realização de um megaevento, fizemos um histórico de como os megaeventos surgiram, se desenvolveram e se firmaram partindo de sua base esportiva e de sua base dentro da sociedade capitalista e globalizada. Também refizemos o caminho histórico percorrido pelas cidades em busca da reestruturação urbana – propiciada pelos megaeventos. Ao analisar os dados, elencamos duas categorias relacionadas ao âmbito social (reestruturação urbana e política/legislação) as quais subdividiram-se em: moradia e especulação imobiliária, garantias à FIFA e legislação, mobilidade urbana e segurança e violência. Percebemos que as obras de mobilidade privilegiaram veículos motorizados individuais e interesses de empreiteiras. As remoções realizadas em nome da Copa do Mundo são (ainda) um ponto de resistência de inúmeras famílias e comunidades – as quais não suportam mais a violação ao seu direto de moradia. A polícia comprou inúmeras armas e munições para conseguir proteger a Copa – e não as pessoas. Com relação à legislação, criou-se no Brasil um estado de exceção, sob qual a FIFA e seus interesses foram soberanos. O dinheiro utilizado para as obras da Copa teve sua origem no fundo público, ao contrário do prometido inicialmente. O custo final apresentou uma redução em relação ao custo inicial, porém isso deveu-se apenas à retirada de inúmeras obras (de mobilidade, na maioria) que não ficariam prontas dentro do prazo. Tivemos a FIFA, as grandes empreiteiras, políticos e a iniciativa privada como vencedores da Copa – e o legado à população de Porto Alegre ficou esquecido diante de tantos processos de corrupção e lavagem de dinheiro que os grandes ligados à Copa se envolveram. |