Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Silva, Eliane Dias da |
Orientador(a): |
Fighera, Tayane Muniz |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/276911
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Resumo: |
Indivíduos transgênero vivenciam uma sensação profunda e persistente de incongruência entre sua identidade de gênero e o gênero designado ao nascer, persistindo por mais de 6 meses. Esta condição acarreta sofrimento pessoal e prejuízo em diversas esferas, e indivíduos que passam pela terapia hormonal de afirmação de gênero (THAG) e pela cirurgia de afirmação sexual (CAS) podem experimentar uma melhora na qualidade de vida. O objetivo da THAG é suprimir os hormônios e as características sexuais do gênero designado ao nascimento, ao mesmo tempo em que induz características sexuais compatíveis com o gênero de identidade. A CAS, quando desejada pelo individuo, pode ser um marco significativo no processo de transição para o gênero desejado, especialmente quando o objetivo é reduzir a disforia relacionada à presença de ciclos menstruais. No que se refere à presença de sangramento de escape após o início da THAG, dados recentes sugerem que uma parte significativa dos homens transgênero experimenta interrupção do sangramento após iniciar a terapia com testosterona. Contudo, outros estudos apontam que alguns indivíduos ainda podem ter sangramento de escape mesmo após um longo período de tratamento com testosterona. No estudo 1, homens transgênero com sangramento de escape mostraram níveis mais baixos de testosterona e índice de androgênios livres em comparação ao grupo controle de indivíduos transgênero sem sangramentos cíclicos ou de escape (p=0.002 e p=0.008, respectivamente). Além disso, homens transgênero com um índice de massa corporal (IMC) mais elevado necessitaram da adição de um progestogênio, além do ajuste da dose de testosterona, para interromper o sangramento. Estudo anteriores são heterogêneos em relação aos dados histológicos do endométrio de homens transgênero em terapia com testosterona. No estudo 2, no que diz respeito à histologia uterina após THAG por uma média de 5,36 anos, a maioria dos casos apresentou um endométrio atrófico (61.8%), com uma redução significativa da espessura do endométrio induzido pela terapia com testosterona 2 (IQR, 1-2) mm. A análise imuno-histoquímica dos receptores sugere que as células epiteliais endometriais apresentam uma alta expressão dos receptores de estrogênio (RE) (90%) e receptores de progesterona (RP) (80%), e baixa de receptores de androgênio (RA) (30%). No tecido estromal, a mediana da expressão de RE, RP e RA foi mais baixa em relação à região do epitélio (60%, 70% e 25%, respectivamente). No miométrio foi observada uma expressão elevada de RP (90%) e de RE (70%), sendo a expressão mais elevada de RA (65%) observada nesta região. As evidências atuais indicam que homens transgênero podem experimentar sangramento de escape mesmo após um período em amenorreia. Além disso, podem manifestar atividade endometrial persistente apesar dos níveis de testosterona compatíveis com os valores de referência masculinos. |